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Taxas aduaneiras chinesas provocam forte convulsão nas cotação dos porcos

A cotação dos porcos em Portugal baixou 0,13€/kg carcaça na Bolsa do Porco, na segunda quinzena de Setembro, para 2,192€/kg carcaça.

1 de Outubro de 2025

A cotação dos porcos em Portugal baixou 0,13€/kg carcaça na Bolsa do Porco, na segunda quinzena de Setembro, para 2,192€/kg carcaça. São dois meses e meio de descidas, com um acumulado de 40 cêntimos a menos na cotação dos porcos. Em Setembro do ano passado também houve descidas, mas quando comparamos a cotação desta semana com a da mesma semana do ano passado, os porcos têm uma cotação 22,5 cêntimos inferior em 2025.

Para além das vendas de carne continuarem abaixo das necessidades dos matadouros, todo o mercado europeu do porco se viu a braços com a aplicação de taxas aduaneiras chinesas à sua carne de porco. Os grandes países produtores vêm-se obrigados a descer a cotação dos porcos, arrastando os mais pequenos nessa descida para tentarem obter maior competitividade para a sua carne. A juntar a esta situação, há que ter em conta que a oferta de porcos, este ano, é maior do que a oferta do ano passado, por exemplo.

Especificando, não foram ainda aplicadas taxas, mas há a obrigação dos fornecedores de carne de porco à China efectuarem uma caução, em dinheiro, sobre os produtos de porco que vendem para aquele país para que posteriormente, e somente em Dezembro o irão fazer, o Governo chinês determine se irá cobrar essas cauções.

Todavia, e com toda esta incerteza, as empresas europeias da carne de porco estão a “fugir” da China e procuram outros mercados para a colocação da carne, miudezas e produtos derivados de porco. Em primeira instância, tentam colocar no mercado europeu enquanto não surgem outras oportunidades de venda noutros países do Sudeste Asiático mas, este aumento de pressão sobre o mercado europeu da carne de porco obrigou a que a cotação da carne baixasse e, em consequência, a cotação dos porcos.

Quando a Alemanha, no início de Agosto, baixou 15 cêntimos a sua cotação dos porcos, fez com que a sua carne tivesse um preço mais competitivo no mercado da U.E., que é o seu mercado preferencial – não devemos esquecer que a Alemanha vende quase a totalidade da sua carne no mercado interno devido a ser um país que tem problemas de Peste Suína Africana – e isso obrigou aos outros grande produtores europeus a irem atrás da descida alemã, se bem que esse ajustamento nas cotações se fosse fazendo a pouco e pouco.

Com a possível aplicação das taxas aduaneira chinesas sobre a carne europeia, em retaliação à aplicação de taxas da U.E. sobre os automóveis eléctricos chineses, as empresas europeias da carne, incluindo as alemãs, tentam posicionar-se melhor no mercado interno, baixando a cotação dos porcos e a da carne para estimularem as vendas.

Por outro lado, a China, que atravessa uma grande crise no sector suinícola com descidas de cotação nos porcos de abate e na carne produzidos no seu país, está a criar condições para que se reduza o efectivo de porcas reprodutoras no país (reduziu os apoios à criação de novas explorações e aumentou as taxas de juros para os empréstimos bancários que sejam contraídos para aumentar a capacidade das explorações já existentes) e aplicação destas taxas aduaneiras também é uma forma de protecção à sua fileira suinícola, pois haverá menos importações e, em função disso, haverá maior espaço para colocar a carne de porco produzida no país.

No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação desceu 0,097€/kg PV (-0,129€/kg carcaça) para 1,52€/kg PV na segunda metade de Setembro (2,027€/kg carcaça). Os pesos subiram 300g nesta quinzena.

Na Alemanha a cotação baixou 0,15€/kg carcaça para 1,85€/kg carcaça na segunda quinzena de Setembro. Os pesos em carcaça subiram 300g para 98,2kg. A descida não foi uma surpresa. A comercialização de suínos está a tornar-se cada vez mais difícil. No entanto, os volumes de abate mantêm-se elevados e os pesos estáveis. As discussões continuam centradas numa redução total de preço de 15 cêntimos. Isto poderá resultar numa redução adicional de 5 cêntimos até meados de Outubro.

Nos Países Baixos a cotação baixou 0,20€/kg carcaça para 1,60€/kg carcaça na segunda quinzena de Setembro.

Na Bélgica a cotação baixou 0,14€/kg PV para 1,20€/kg PV na segunda quinzena de Setembro. A descida da cotação foi acentuada nesta quinzena, mas os preços estão a estabilizar. Os abates continuam elevados, mas os produtores temem uma espiral de descida. Os pesos estão a aumentar significativamente, com +1,1 kg em comparação com o ano passado. Os preços podem manter-se estáveis ​​se a Alemanha se mantiver firme, mas a incerteza mantém-se.

Na Dinamarca a cotação desceu 0,17€/kg carcaça para 1,63€/kg carcaça na segunda quinzena de Setembro.

Em França, a cotação desceu 0,066€/kg carcaça para 1,597€/kg carcaça na segunda metade de Setembro. Os pesos subiram 300g para 96,5kg e encontram-se iguais aos pesos de 2024. Mais uma vez, os volumes de abate mantêm-se estabilizados. Portanto, a actividade mantém-se relativamente dinâmica. Os pesos estão a aumentar de peso, uma tendência lógica para a época, e assim deverão continuar todas as semanas até ao final do ano.

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