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15 de Maio de 2025
A cotação dos porcos em Portugal manteve-se inalterada na primeira metade de Maio nos 2,532€/kg carcaça na Bolsa do Porco. Com todos os feriados das semanas anteriores, que implicaram um aumento dos pesos devido à redução dos abates e do ritmo de saída dos porcos das explorações, os preços estabilizaram e aguardam que haja aumento do ritmo de abates para poder voltar a subir.
Com todo o mês de Maio “limpo” no que diz respeito a feriados, em Portugal, espera-se que com semanas inteiras de abate, haja condições para a descida dos pesos.
Em Espanha, à saída das semanas com feriados, os abates aumentaram bastante e começam a sair os porcos atrasados que existem nas explorações. Mesmo assim, os porcos estão bastante pesados, o que impede que a cotação possa subir, para já. Os produtores bem que tinham vontade de subir a cotação, com a justificação de que há mais procura de porcos para abate, mas os matadouros, que estão a abater porcos mais pesados, não aceitaram subidas com a justificação de que a carne se vende mal e que os porcos ainda são suficientes para os pedidos de carne do mercado espanhol e de exportação.
Em todo o caso, nem todos os países da Europa têm o calendário “limpo” de feriados em Maio. Há vários países que continuam a ter feriados durante o mês de Maio, quer na primeira quer na segunda metade do mês, e esse factor refletiu-se no aumento dos pesos nesses países (em França, principalmente). Mesmo assim, os mercados europeus do porco não apresentaram alterações nas suas cotações, com excepção da Dinamarca cuja justificação da subida está explicada mais abaixo.
Ao se abaterem porcos mais pesados, mesmo que se abatam o mesmo número de cabeças do ano passado, está a colocar-se mais carne no mercado e será necessária a exportação para Países Terceiros para retirar carne do mercado europeu.
Dois dos mercados mais importantes são a China e o Japão. A China tem procurado miudezas e não tem procurado carne. O Japão tem reduzido a compra de entremeadas, que, em conjunto com os lombos, são as principais peças que a U.E. vende para aquele mercado.
Um outro dado importante, e a que já fiz referência no meu anterior comentário, é a guerra das taxas aduaneiras. A aplicação destas taxas, por parte dos Estados Unidos, a quase todos os países do mundo, é um factor que começa a ser favorável para a venda de carne de porco da U.E. para esses mercados e, com este paulatino aumento de vendas, é natural que o mercado europeu da carne de porco comece a ficar mais desafogado.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação manteve-se em 1,774€/kg PV na primeira metade de Maio (2,365€/kg carcaça). Os pesos de abate em Espanha subiram aproximadamente 1,3kg em carcaça nesta quinzena e estão cerca de 1kg mais elevados do que no ano passado por esta altura.
Na Alemanha a cotação manteve-se nos 2,00€/kg carcaça na primeira quinzena de Maio. A pressão de subida das cotações esteve claramente presente no mercado alemão na quinzena passada. No entanto, após a observação de um mercado mais equilibrado, decidiu-se prolongar o preço de referência da semana anterior. A oferta de suínos manteve-se baixa, mas ainda suficiente para satisfazer as necessidades dos matadouros, com exceção do sul da Alemanha. No mercado da carne, os volumes diminuíram ligeiramente, mas isso não levou a uma descida dos preços.
Nos Países Baixos a cotação manteve-se em 1,93€/kg carcaça na primeira quinzena de Maio.
Na Bélgica a cotação também se manteve nesta primeira quinzena de Maio, neste caso em 1,44€/kg PV. A oferta de carne de porco está a diminuir rapidamente, enquanto a procura se mantém forte. Existe alguma retenção de porcos por parte dos produtores, no sentido de pressionar a subida das cotações. As vendas de porcos para Espanha continuam a bom ritmo e com preços favoráveis. As exportações de carne estão fortes, mas mantêm-se estáveis no mercado interno.
Na Dinamarca a cotação subiu 0,24€/kg carcaça na primeira quinzena de Maio para 1,85€/kg carcaça, em função das alterações introduzidas nos pagamentos aos produtores dinamarqueses por parte dos matadouros. Como, por várias vezes aqui aludi, os matadouros dinamarqueses pagavam, pelos porcos que eram abatidos, aos seus fornecedores, um preço muito abaixo da cotação real que deveriam pagar. No final do ano, e dependendo dos seus resultados financeiros com a venda da carne, entregavam um dividendo por quilo de porco entregue, que chegava a ser de 0,18€/kg carcaça.
Com esta alteração da retribuição dos porcos, os matadouros pagam o justo valor aos produtores e estes últimos poderão, com esse seu dinheiro, fazer investimentos nas explorações ou fazer o que muito bem entenderem com ele.
Em França, a cotação manteve-se em 1,793€/kg carcaça na primeira metade de Maio. Os pesos subiram 500g para 97,2kg e estão 600g acima dos pesos do ano passado nesta mesma quinzena. Os feriados têm limitado os abates com o consequente aumento dos pesos, não permitindo que haja mexidas nas cotações de MPF. Até final do mês haverá ainda mais um feriado, Quinta-Feira da Ascensão que se celebra a 29 de Maio, o que deixará o mercado francês em “banho-maria” no que toca a possíveis subidas de cotação.
