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16 de Outubro de 2025
A cotação dos porcos em Portugal baixou 0,10€/kg carcaça na Bolsa do Porco, na primeira quinzena de Outubro, para 2,092€/kg carcaça. Há um acumulado de descidas de 50 cêntimos na cotação dos porcos, o que representa uma redução de receita de mais de 40€ em porco.
A oferta de porcos para abate vai aumentando a pouco e pouco e os pesos também sobem, o que já é habitual nesta época do ano, em função de haver temperaturas mais amenas e, para ajudar à festa, a carne continua a vender-se com dificuldade.
De qualquer das maneiras, as fortes descidas da cotação têm que ver com o forte movimento baixista que vai ocorrendo na Europa, principalmente na Alemanha, que arrasta todas as cotações dos restantes países.
Tal como referi no meu anterior comentário, a U.E. tenta tirar a carne do mercado chinês e, como ainda não tem colocação para toda essa carne, tem de a tentar vender no mercado interno. Esta oferta de carne tem “encharcado” o mercado interno e, como a oferta é superior à procura, o preço tem de baixar. Baixando o preço da carne, os matadouros vêm pressionar os preços dos porcos de forma a conseguirem ganhar margem para colocar mais carne no mercado do retalho. Um dado interessante é que tem aumentado o número de porcos abatidos na U.E., mas o peso em carcaça também tem subido. Portanto, e em suma, há mesmo mais oferta de porcos para abate na U.E., fruto de uma melhoria dos resultados produtivos que vêm ligados a uma melhor sanidade do efectivo europeu, apesar de todos os problemas sanitários que ainda o assolam. Os produtores têm mais porcos para abater do que no ano passado e os matadouros abatem mais porcos do que no ano passado, mas ambos os aumentos esbarram na dificuldade de colocar a carne.
Em toda esta “guerra” existente no mercado, a Alemanha baixou 15 cêntimos a sua cotação. Será que esta descida será suficiente para ficar por aqui? Esta é uma das incógnitas do mercado do porco europeu. Seria bom que sim, mas e se não? Se não ficar por aqui, haverá menos estabilidade no mercado e ocorrerão mais descidas. Uma coisa é certa, a cotação no sul da Europa (Espanha e Portugal) irá continuar a descer mais algumas semanas.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação desceu 0,075€/kg PV (-0,10€/kg carcaça) para 1,445€/kg PV na primeira metade de Outubro (1,927€/kg carcaça). Os pesos subiram 1,1Kg nesta quinzena.
Na Alemanha a cotação baixou 0,15€/kg carcaça para 1,70€/kg carcaça na primeira quinzena de Outubro. Os pesos em carcaça subiram 200g para 98,4kg. A sensação que havia na quinzena passada, de que os porcos teriam que descer mais 15 cêntimos, acabou por se concretizar. A pressão está a aumentar com o crescente excedente de porcos associado à queda do abate, especialmente no noroeste. Os pesos continuam a aumentar. O mercado da carne continua fraco: os matadouros estão a limitar as suas compras e a evitar fazer stock devido aos preços considerados demasiado elevados.
Nos Países Baixos a cotação baixou 0,10€/kg carcaça para 1,50€/kg carcaça na primeira quinzena de Outubro.
Na Bélgica a cotação baixou 0,09€/kg PV para 1,11€/kg PV na primeira quinzena de Outubro. A produção continua a ser superior à do ano passado, principalmente devido aos elevados pesos de abate. O mercado interno mantém-se estagnado, sem alterações significativas, e as exportações mantêm-se estáveis, sem aumentos de preços. Como seria de esperar, o mercado belga está a reagir fortemente ao novo preço de referência alemão
Na Dinamarca a cotação desceu 0,10€/kg carcaça para 1,53€/kg carcaça na primeira quinzena de Outubro.
Em França, a cotação desceu 0,055€/kg carcaça para 1,542€/kg carcaça na primeira metade de Outubro. Os pesos subiram 300g para 96,8kg e encontram-se 200g abaixo do peso de 2024. Após várias semanas de estabilidade, os volumes de abate estão a aumentar, limitando o aumento sazonal do peso médio. A diferença em relação ao ano passado diminui se tivermos em conta os volumes do matadouro adicional integrado em 2025 na zona UNIPORC, embora se mantenham mais elevados. Com o aproximar do feriado de 11 de Novembro — o último antes das festas de fim de ano —, a situação parece relativamente saudável.
