12 de Junho de 2025
A cotação dos porcos em Portugal subiu 0,04€/kg carcaça, na primeira metade de Junho, na Bolsa do Porco, fixando-se em 2,572€/kg carcaça. A subida da cotação é curta, mas é necessária para ir acompanhando o movimento de subida dos países do Norte da Europa, que também fizeram subir a cotação espanhola.

Contudo, e tal como vem acontecendo há várias semanas a esta parte, a carne continua a vender-se com muita dificuldade e sem grandes condições de valorização, mas a oferta de porcos, quer em Portugal, quer nos mais diversos países da Europa, vai sendo menor e a procura de porcos para abate não abranda.
Este comportamento dos matadouros, que procuram porcos para abater, fez baixar o peso de abate em todos os países europeus, mesmo havendo feriados nalguns deles, como é o caso de Portugal e de França.
Em todo o caso, a redução dos pesos acontece pela pressão da procura e por uma redução da oferta (não esquecer que saíram, nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Abril, uns milhares de leitões para serem engordados em Espanha, leitões esses que seriam porcos que deveriam estar a sair para abate agora em Portugal) e não pelas elevadas temperaturas que ainda mal se fizeram sentir. Ou seja, os pesos baixam porque saem para abate e não por falta de crescimento devido ao calor.
As temperaturas ainda estão, relativamente, amenas e isso favorece o crescimento dos porcos, pelo que os produtores não se podem queixar da falta de crescimento dos seus porcos.
O problema da valorização da carne é transversal a todos os países europeus e esta dificuldade em aumentar o preço da carne vê-se afectada, não só pela falta de poder de compra das famílias europeias, mas mais ainda pela falta de estímulo na venda de carne para Países Terceiros. Na realidade, a menor venda de carne de porco europeia, principalmente para os países asiáticos, torna o mercado europeu mais “pesado”, já que este não consegue consumir toda a carne que se produz internamente.
Na Alemanha, por exemplo, os matadouros queixam-se que não conseguiram fazer repercutir na carne, parte dos aumentos ocorreram nos porcos. Mas mesmo com estas queixas dos matadouros, os produtores continuam a pressionar para que os porcos voltem a subir. Este é um claro sinal de que a oferta de porcos é inferior à procura, mas mesmo assim, as tensões no mercado são fortes.
No que diz respeito à evolução das cotações europeias do porco, em Espanha a cotação subiu 0,0018€/kg PV (+0,024€/kg carcaça) para 1,797€/kg PV na primeira metade de Junho (2,396€/kg carcaça). Os pesos de abate em Espanha desceram cerca de 1kg em carcaça nesta quinzena, o que é demonstrativo de uma muito menor oferta de porcos para abate no país vizinho, estando mais pesados cerca de 400g do que no ano passado nesta mesma altura.
Na Alemanha a cotação manteve-se na primeira quinzena de Junho em 2,10€/kg carcaça. Os pesos em carcaça encontram-se nos 97,9kg e baixaram 300g em relação à quinzena anterior. Após três semanas de queda, os volumes de abate parecem estar a estabilizar. No mercado da carne, alguns cortes estão a enfrentar dificuldades de valorização, com alguns em queda ou, na melhor das hipóteses, a manterem-se estáveis. No mercado da carne de porco, o equilíbrio atual permite um certo nível de estabilidade de preços por enquanto.
Nos Países Baixos a cotação subiu 0,05€/carcaça para 2,02€/kg carcaça na primeira quinzena de Junho.
Na Bélgica a cotação voltou a subir 0,04€/kg PV para 1,52€/kg PV na primeira quinzena de Junho. Os preços da carne de porco foram os que mais subiram na Europa nestas 2 últimas semanas. É provável que isto se deva mais a um reequilíbrio com os países vizinhos, para evitar a saída de porcos (principalmente para Espanha). Tal como noutros países, a Bélgica está sob pressão dos preços da carne na Europa.
Na Dinamarca a cotação subiu 0,02€/kg carcaça na primeira quinzena de Junho para 1,90€/kg carcaça.
Em França, a cotação subiu 0,031€/kg carcaça para 1,824€/kg carcaça na primeira metade de Junho. Os pesos baixaram 150g para 96,75kg, mesmo tendo havido feriados nestas semanas e estão, apenas, 150g acima dos pesos de 2024. Os abates em França são normais para semanas de 4 dias e há uma redução na oferta de porcos no mercado francês, já que há grande saída de animais para serem abatidos em Espanha. Os matadouros espanhóis procuram porcos franceses que são mais baratos, de forma a poderem ganhar competitividade nos preços da carne. Esta conjuntura de mercado, com a procura a ser superior à oferta, levou a uma subida da cotação, após 9 semanas consecutivas sem qualquer mexida na cotação.
