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Brasil e China negoceiam cadeia exclusiva de soja sustentável

A iniciativa «Soja China» visa padrões ambientais e pode reforçar a liderança do Brasil no maior mercado do mundo.

10 Julho 2025
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O Brasil e a China estão numa fase inicial de negociações para criar uma cadeia exclusiva de fornecimento de soja orientada para cumprir os exigentes padrões de sustentabilidade e qualidade definidos pelo governo chinês. A proposta, denominada «Soja China», inspira-se no modelo bem-sucedido para a carne bovina, que já abriu as portas para a carne bovina brasileira no mercado asiático.

A soja produzida sob este novo modelo deverá cumprir critérios específicos, como rastreabilidade completa, ausência de pesticidas proibidos na China e respeito aos limites de deflorestação. Estas exigências aproximam-se das directrizes da União Europeia (EUDR), embora com uma regulamentação menos rigorosa. O objectivo é garantir um produto ambientalmente responsável e alinhado com as metas de baixas emissões de carbono, como as previstas no Plano ABC+.

Em 2024, o Brasil representou 71% das importações de soja da China. Com a criação desta cadeia diferenciada, espera-se que esta participação aumente ainda mais, pressionando outros exportadores, como os E.U.A. Só em 2024, os EUA exportaram mais de 25 milhões de toneladas de soja para o país asiático, num valor superior a 12 mil milhões de dólares, um número que poderá ser fortemente afectado.

Desde 2009, os E.U.A. Unidos têm perdido participação nesse mercado, enquanto o Brasil consolidou-se como o seu principal fornecedor. Esta tendência pode intensificar-se com a implementação da “Soja China”, especialmente num contexto de recentes tensões comerciais e tarifas mais altas aplicadas ao produto americano.

Além do impacto comercial, a iniciativa pode representar um avanço na imagem ambiental do Brasil. Prevê-se que a China invista na recuperação de áreas degradadas e promova práticas agrícolas sustentáveis, ao mesmo tempo em que reforça a sua presença estratégica no sector agroalimentar brasileiro, sem violar as leis nacionais que limitam a compra de terras por estrangeiros.

Embora os produtores que não adiram aos novos critérios possam ver reduzida a procura pelo seu produto, a previsão é que o volume total das exportações brasileiras de soja continue a crescer. Se essa tendência se confirmar, ela poderá redefinir o panorama do comércio agrícola mundial nos próximos anos e obrigar grandes exportadores, como os Estados Unidos, a repensar as suas estratégias.

23 de Junho de 2025 /FAS-USDA/ Estados Unidos da América.

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