Aspectos gerais
Entre a Cordilheira dos Andes a Este, o Oceano Pacífico a Oeste, o Deserto de Atacama a Norte e os grandes glaciares a Sul, encontra-se o Chile, um país da América do Sul com uma superfície de 756.102,4 km2, uma população de 17,4 milhões de habitantes e um PIB, per capita, de USD 14.413.

	
As suas características geográficas proporcionam-lhe condições únicas de isolamento na região latino-americana, o que é vantajoso para erradicar doenças de alta implicância económica na indústria do porco, como é o caso da PRRSv e da Peste Suína Clássica (PPC).
A indústria suína Chilena mantém um processo expansivo de produção, onde cada uma das suas empresas aumentou a sua produtividade nas últimas 2 décadas. No passado a produção suína era constituída por empresas que realizavam as suas actividades de forma independente e isolada. Na actualidade, estas empresas estão organizadas e associadas, o que permite uma alta planificação para conseguir objectivos comerciais. O seu objectivo de mercado é aumentar o consumo interno de carne suína (25,7 kg/habitante) e, sobretudo, satisfazer mercados internacionais com altos níveis de exigência, entre eles o Japão, a Coreia do Sul e a União Europeia (ver gráfico 1). O sector suíno chileno elabora produtos com maior valor acrescentado privilegiando a qualidade sobre o volume e actualmente situa-se no sexto lugar dos países exportadores, devido a uma estratégia produtiva e comercial. A produção anual de carne é de 500.000 toneladas aproximadamente e a quantidade destinada à exportação alcança 40%. No final do ano 2009, um relatório do Instituto Nacional de Estatística registou um total de 97 empresas suínas, além disso menciona que a produção de carne de porco aumentou 96,5% nos últimos 10 anos. Quanto às importações, em 2009 foram alcançadas as 5.300 toneladas, esta quantidade é muito estável e não sofre alterações maiores que 1% anuais, esta carne provém do Canadá e EUA, principalmente.
Grafico 1. Exportações chilenas de carne de porco durante 2011 (211.000 ton aprox.)
	
(Fonte: ODEPA Chile)
Produção e custos
O Chile possui principalmente um sistema de produção em múltiplos sítios, no entanto ainda existem produtores que possuem sistemas mono-sítios ou de ciclo fechado. Actualmente existem aproximadamente 250.000 fêmeas de produção intensiva, e cada uma desmama 27 leitões ao ano como média, enquanto que os produtores TOP-10 produzem 28,7 leitões desmamados por fêmea ao ano. Nos últimos anos, a quantidade de nascidos vivos teve grandes aumentos, sendo que a média alcança 12,64 nascidos vivos por fêmea. Os produtores TOP-10 alcançam os 13,48 nascidos vivos por fêmea. O rendimento no sítio 2 (recria ou transição) e sítio 3 (engorda) pode ser apreciado na tabela 1.
Tabela 1. Parâmetros produtivos na indústria suína chilena.
| Dados produtivos 2011 | TOP 10 | Média | |
| Reprodução | |||
| Substituição | % | 53,28 | 54,8 | 
| Taxa de parto | % | 91,87 | 91,08 | 
| Partos/Fêmea/Ano | nº | 2,41 | 2,38 | 
| Nascidos vivos média | nº | 13,48 | 12,64 | 
| Mortalidade na maternidade | % | 11,18 | 9,86 | 
| Idade ao desmame | dias | 20 | 22 | 
| Peso ao desmame | kg | 6 | 6,3 | 
| Desmamados/fêmea/ano | nº | 28,7 | 27,07 | 
| Sítio 2/Recria/Transição | |||
| Mortalidade + Eliminados | % | 1,14 | 1,26 | 
| Ganho diária | kg/dia | 0,375 | 0,414 | 
| Conversão | kg/dia | 1,5 | 1,56 | 
| Idade de saída | dias | 68 | 72 | 
| Peso de saída | kg | 24 | 27 | 
| Sitio 3/Engorda/Engorde | |||
| Mortalidade + Eliminados | % | 2,86 | 2,06 | 
| Ganho diária | kg/dia | 0,917 | 0,893 | 
| Conversão | kg | 2,68 | 2,84 | 
| Idade de saída | dias | 176 | 175 | 
| Peso de saída | kg | 123 | 119 | 
| Kilogramas por fêmea/ano | kg | 3392 | 3115 | 
(Fonte: PIC Andina).
O principal custo da indústria suína Chilena é o alimento, o qual alcança 73,8% do total de custos de produção, posteriormente segue-se a mão-de-obra com 8% (ver tabela 2). Uma das debilidades da indústria é que o país depende fortemente das importações de cereais e oleaginosas, na qual uma tonelada de milho posta na fábrica de alimentos custa USD 308 e de soja encontra-se à volta dos USD 460 por tonelada. Estes preços fazem com que cada produtor centre os seus esforços e investimentos para conseguir uma alta eficiência no uso de alimentos e assim conseguir um sistema produtivo rentável e sustentável economicamente.
Tabela 2. Custos de produção na indústria suína chilena
| Custos de produção (S/kg) | ||
| Custo leitão desmamado | USD | 25,59 | 
| Custo total/kg a venda | USD | 1,5 | 
| Custo alimento | % | 73,8 | 
| Custo mão-de-obra | % | 8 | 
| Custo sanitário | % | 3,2 | 
| Custo genético | % | 2 | 
| Custo energia, aquecimento | % | 4,2 | 
| Custo comercialização | % | 0,9 | 
| Outros custos | % | 7,9 | 
| Custo de matérias-primas | ||
| Milho (posto na fábrica) | USD/ton | 308 | 
| Sorgo (posto na fábrica) | USD/ton | 279 | 
| Soja (posto na fábrica) | USD/ton | 460 | 
| Custo de alimento dietas | ||
| Fase 1 | USD/ton | 1069 | 
| Fase 2 | USD/ton | 819 | 
| Fase 3 | USD/ton | 565 | 
| Fase 4 | USD/ton | 439 | 
| Desenvolvimento 1 | USD/ton | 401 | 
| Desnvolvimento 2 | USD/ton | 382 | 
| Engorda 1 | USD/ton | 354 | 
| Engorda final | USD/ton | 325 | 
| Gestação | USD/ton | 302 | 
| Lactação | USD/ton | 430 | 
(Fonte: PIC Andina).

Sanidade
O Chile possui um alto património sanitário, devido principalmente às suas barreiras naturais e a um eficiente trabalho em conjunto do sector privado e estatal que tiveram como resultado a erradicação de doenças como o PRRS e a peste suína clássica. De qualquer forma, um grupo profissional, constituído por veterinários das empresas suínas e do ministério de agricultura (através do Servicio Agrícola Ganadero, SAG), encarregam-se de executar um controlo e monitorização activo para prevenir a entrada de doenças exóticas que afectam a produção suína e pecuária em geral.
Os programas sanitários centram-se numa estratégia de alta saúde, onde a bio-segurança dentro da exploração, desmame precoce aos 21 dias e o sistema tudo dentro-tudo fora são levados a cabo de uma forma muito activa e consiente.
Os programas de vacinação normais de uma exploração suinícola baseiam-se no controlo de doenças produzidas pelo Circovirus suíno, Micoplasma hyopneumoniae, Parvovirus suíno, Erisipela suína e Escherichia coli.
	
Perspectivas para o futuro
Segundo estimativas, nos próximos 5 anos o sector suíno chileno continuará a crescer, com aumentos na produção que superarão os 50% e exportações que alcancem 60% da sua produção total. Um dos grandes saltos que teve a indústria suína chilena foi que a partir do ano 2011 começou exportar carne de suíno para a China, um sócio comercial estratégico que possui um grande poder de compra.





