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Após 12 semanas de manutenção, a cotação dos porcos em Portugal sobe 2 cêntimos

Após 12 semanas consecutivas sem qualquer mexida, portanto desde 8 de Agosto que não havia alteração, a cotação do porco de abate em Portugal subiu 0,02€/kg carcaça na Bolsa do Porco.

matadouro
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15 de Novembro de 2019

Após 12 semanas consecutivas sem qualquer mexida, portanto desde 8 de Agosto que não havia alteração, a cotação do porco de abate em Portugal subiu 0,02€/kg carcaça na Bolsa do Porco. Desde 13 de Junho, e já contando com esta subida de 0,02€, a cotação teve uma oscilação de 0,057€/kg carcaça e esta variação foi de subida.

O consumo de carne de porco está algo estagnado em Portugal, mas os volumes de exportação de carne para Países Terceiros (China, Coreia do Sul) e o envio de porcos nacionais para serem abatidos em Espanha, o que demonstra que no nosso país se pagam porcos mais baratos do que pagam os matadouros espanhóis, permitem que o mercado nacional se encontre algo desafogado, apresentando alguma fluidez.

As exportações europeias de carne de porco (fresca e congelada), para Países Terceiros, estão no seu máximo, principalmente para a China cujos envios são, nos 9 primeiros meses do ano, 48% superiores ao período homólogo de 2018 (1318935 tons em 2019 contra as 891364 tons de 2018). Portugal exportou, para a China, 1321 tons desde o início do ano. De notar que Portugal ainda exportou 959 tons de miudezas para Hong Kong nesta mesmo período.

No que diz respeito às exportações para a Coreia do Sul, Portugal exportou 111 tons desde o início deste ano, sendo que o total das exportações da U.E. para aquele país, em 2019, reduziram-se 12,7%, passando das 219203 tons em 2018 para 191261 tons em 2019.

Espera-se que este comportamento comprador do Sudeste Asiático continue, já que a redução de efectivo de suínos naquela região do globo, devido aos problemas da Peste Suína Africana deverão continuar. As estimativas apontam para que a redução de efectivo na China seja na ordem dos 50%. Ora, a China representa 50% do efectivo de suínos a nível mundial e aquela redução representa 25% do total de porcos existentes em todo o mundo.

Alguns peritos, com previsões mais optimistas para o comércio mundial do porco, referem que talvez apenas dentro de 7 anos a China consiga repor todo o efectivo que perdeu neste último ano. Alguns, mais optimistas, indicam que nunca antes de 3 anos haverá reposição do efectivo chinês de suínos.

Seja como fôr, as perspectivas para o comércio da carne e, consequentemente, para a cotação dos porcos a nível global, são altamente positivas até porque, para além dos volumes de carne importados pela China para conseguir abastecer o seu mercado interno, as suas cotações para porcos de abate estão próximas de 5€/kg!!!. Já os leitões valem cerca de 10€/kg. Portanto, um leitão de 20kg para engordar vale 200€!!

E o mercado europeu do porco continua a estar fortemente influenciado pelas exportações para a China. A China compra como nunca comprou e o restante Sudeste Asiático terá que ir pelo mesmo caminho, visto que a redução de efectivo é acentuada nalguns países como sejam os casos das Filipinas, Vietname, Singapura, Laos, etc.

Apesar de terem existido feriados na Europa, com a consequente redução no número de dias de abate, e com os pesos em carcaça bastante mais altos que no ano passado por esta altura, as cotações têm vindo a manter e a subir em todos os países da U.E.

De uma maneira geral, os matadouros queixam-se de que têm dificuldades em vender a carne e em conseguir valorizá-la ao nível da cotação dos porcos, mas o que também é verdade é que a tendência é para que as cotações dos porcos subam em vez de descer, em função dos dados de marcado indicados antes (aumento dos pesos dos porcos e dificuldade na venda da carne).

É de referir que a cotação dos leitões para engorda, em toda a Europa, tem vindo a subir, sinal de que os leitões são procurados.

No que diz respeito à cotação dos porcos de abate:

Em Espanha a cotação desceu 0,003€/kg PV (-0,004€/kg carcaça) para 1,425/kg PV (1,900€/kg carcaça) nesta quinzena. Os pesos voltaram a subir 550g e estão mais de 2kg acima do peso do ano passado em Novembro.

Na Alemanha, a cotação voltou a manter-se em 1,85€/kg carcaça. São 12 semanas consecutivas sem qualquer alteração na cotação. Os pesos continuam a subir.

Na Holanda a cotação subiu 0,05€ para 1,98€/kg carcaça. A cotação está quase em 2,00€/kg carcaça, bem acima da cotação em Portugal, para um país que é altamente excedentário na produção de suínos. A reter.

Na Bélgica a cotação subiu 0,01€/kg PV para 1,27€/kg PV. Os belgas continuam com proibição de exportar carne e o que lhes vale é a venda de porcos para os matadouros alemães. Em todo o caso, houve uma boa notícia para os belgas e que se prende com o levantamento, por parte de Singapura, da proibição de exportação de carne. Assim, este é o primeiro mercado que se abre para a carne de porco belga.

Na Dinamarca a cotação voltou a subir, desta feita 0,08€/kg carcaça para 1,82€/kg. Como os suinicultores dinamarqueses recebem dividendos, todos os finais de ano, dos matadouros e este dividendo anda em cerca de 0,17-0,18€/kg carcaça vendido ao longo do ano, neste momento a cotação dinamarquesa está nos 2,00€/kg. Bem acima da cotação portuguesa para um país que produz 5 vezes mais do que aquilo que necessita para o seu consumo interno.

Em França a cotação desceu 0,003€/kg carcaça ficando em 1,681/kg carcaça. Os pesos subiram 830g para 96,35kg e estão 800g acima do peso da mesma semana de 2018. A forte subida dos pesos deve-se aos feriados existentes no calendário francês, onde se somou o dia 11 de Novembro. Apesar desta subida dos pesos de quase 1kg em carcaça, a cotação quase que não sofreu alteração, o que é bem demostrativo da fluidez do mercado gaulês.

Passámos a época de haver feriados no calendário europeu, se que isso tivesse trazido complicações de maior ao mercado, havendo, inclusivamente, subidas fortes no peso dos porcos sem que tivesse havido a habituais descidas de cotação.

Daqui em diante, e sem feriados até ao Natal em toda a Europa, o que se perspectiva é uma subida das cotações até porque se aproximam a época Natalícia na Europa, em que o consumo de carne de porco aumenta fortemente e o Ano Novo asiático, a 25 de Janeiro, altura em que o consumo de carne de porco também aumenta exponencialmente.

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