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UE: percepção da população quanto à resistência aos antimicrobianos

Foi feito um questionário pela EFSA destinado a produtores pecuários, veterinários e consumidores para medir a consciência da resistência aos antimicrobianos (AMR) em toda a UE.

24 Março 2017
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O questionário realça que existe uma falta de consciência sobre a resistência aos antimicrobianos entre os consumidores e que os veterinários e produtores pecuários observaram uma diminuição na eficácia dos antibióticos nos porcos e aves de capoeira.

O questionário recolheu dados de 3.000 consumidores em 12 países (Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Holanda, Polónia, Eslováquia, Espanha, Estónia e Roménia) e 60 produtores pecuários e veterinários de 5 países (Dinamarca, Polónia, Espanha, Roménia e Reino Unido).

Conhecimentos



Os veterinários e produtores pecuários mostraram um maior conhecimento da relação entre o uso dos antimicrobianos, a resistência nas populações de animais e a saúde humana comparativamente aos consumidores. Apenas uma minoria dos consumidores parecia estar consciente da relação ou dos meios pelos quais as bactérias resistentes aos antibióticos se podem transferir aos animais ou aos seres humanos. No entanto, uma minoria dos produtores pecuários e metade dos veterinários questionaram a premissa de que o uso de antibióticos na cria de animais constitui uma ameaça para a saúde humana, ainda que geralmente entendam os mecanismos através dos quais pode ocorrer a transferência.

Percepções de risco



Os veterinários e os produtores pecuários percebem os riscos do uso de antibióticos na cria de animais de maneira muito diferente da dos consumidores. Produtores pecuários e veterinários reconhecem constantemente como baixo risco de que a AMR se desenvolva na pecuária como resultado do uso de antibióticos. Indicaram que não estavam preocupados com esta questão (com a notável excepção dos avicultores espanhóis). As opiniões entre os consumidores eram mais diversas. Uma maioria dos consumidores qualificou como provável ou muito provável o risco de AMR para a maioria dos usos possíveis dos antibióticos, inclusive para os usos curativos prescritos por um veterinário. Enquanto que os produtores pecuários e os veterinários qualificaram sistematicamente os riscos para si mesmos e outros profissionais que tratam com os animais de exploração como baixos e os riscos para os consumidores como ainda mais baixos, a maioria dos consumidores considerou provável e muito provável que as bactérias resistentes aos antibióticos possam transferir-se para eles. Os consumidores atribuíram como pouco provável a transferência para veterinários, produtores pecuários ou manipuladores de carne.

Razões e fundamentos das percepções de risco



Os indivíduos tendem a avaliar os riscos para os que têm (ou percebem ter) o controlo como menos agudos que aqueles sobre os que não têm controlo. Em consequência, produtores e veterinários tenderam a minimizar os riscos do uso de antibióticos na pecuária e sublinharam o uso "razoável" e "correcto" dos antibióticos, enquanto que os consumidores tendem a destacar os riscos do uso de antibióticos na cria de animais.

Os consumidores que possuiam um maior conhecimento das questões expressaram mais preocupação com aqueles que tinham menor conhecimento. Ao mesmo tempo, o nível relativamente baixo de informação e conhecimento registado entre os consumidores e percepção de que estavam mais em risco que os produtores pecuários e veterinários -que podería ser objectivamente questionado- indica que uma melhor informação também poderia levar os consumidores a rever a sua avaliação dos riscos.

Os produtores pecuários fizeram, com frequência, referências ao seu profissionalismo e ao cuidado com que se ocupavam das questões de saúde animal e uso de antibióticos na exploração. Indicaram que o uso preventivo massivo de antibióticos (metafilases) e o seu uso como promotores de crescimento (proibido na UE desde 2006) tinha-se tornado menos frequente com o tempo. Isto justificava a sua percepção de que os usos actuais dos antibióticos estavam melhor alinhados com o objectivo de minimizar a AMR. Quanto aos riscos para grupos específicos, os produtores pecuários justificaram a sua avaliação dos riscos para os consumidores fazendo referência ao papel dos controlos, assim como à transformação da carne, para proteger os consumidores evitando que a carne contaminada chegue a eles. Vários produtores pecuários mencionaram a exposição dos veterinários aos animais de várias explorações ou a animais doentes como razões para qualificar os riscos para os veterinários como maiores que os riscos para produtores pecuários.

Os veterinários também se mostraram convencidos que o uso de antibióticos na produção pecuária cria pouco ou nenhum risco para os diferentes grupos de profissionais e para os consumidores já que defendem que os antibióticos estão a ser utilizados de maneira responsável e que cada vez se substitui mais o seu uso pelo uso de tratamentos alternativos. Se bem que se tenham mostrado conscientes da questão da AMR nos animais e dos possíveis efeitos na saúde humana, pensavam que o uso de antibióticos em medicina humana criava muitos mais riscos que o seu uso veterinário. Os veterinários associaram a transmissão da resistência de animais para seres humanos a um contacto frequente com animais vivos. Em consequência, os veterinários (especialmente no Reino Unido e Dinamarca) pensavam que os produtores pecuários corriam maior risco de ser colonizados por bactérias resistentes aos antibióticos que os veterinários.

Terça-feira, 7 de Março de 2017/ EFSA/ Uniaõ Europeia.
http://www.efsa.europa.eu

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