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Brasil: Apesar de incertezas na procura, a produção de suínos continua a crescer

Veja o cenário brasileiro no que se refere à exportação, consumo e custos de produção.

1 Março 2021
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Mais uma vez, a carne de porco é apontada como a proteína animal que mais cresce no Brasil. A conclusão pode ser observada através de dados preliminares do quarto trimestre de 2020, publicados pelo do IBGE em Fevereiro, que mostram que a produção de carne suína brasileira, no ano passado, foi bastante expressiva, com um crescimento de 7,42% em relação a 2019 em peso de carcaças, concretizando a expansão do alimento mais um ano.

Outro factor observado, foi o aumento do consumo doméstico per capita, que representa cerca de 80% do destino da carne suína brasileira. Com o bovino a preço muito elevado, a carne suína aumentou sua participação na mesa do consumidor.

Como já tinha sido alertado no final do ano passado, tradicionalmente, o início do ano é marcado pela queda dos preços do porco em relação ao último trimestre do ano anterior. De facto, esta queda nos preços pagos ao produtor que já estava a ocorrer em Dezembro, atravessou Janeiro e estendeu-se até à primeira semana de Fevereiro.

Embora as exportações de carne de porco tenham crescido quase 40% em 2020 em relação ao ano anterior, batendo novo recorde e ultrapassando 900 mil toneladas (tabela 2), é sabido que nos primeiros meses do ano a China reduz as importações, e como a dependência do Brasil em relação a este mercado cresceu, a redução das exportações determinou um aumento significativo na oferta doméstica. Os números de Janeiro de 2021 confirmam isso, com um pouco menos de 56 mil toneladas de carne de porco exportadas, 16,5 mil toneladas a menos que no mês de Dezembro de 2020 e 3,6 mil toneladas menos que em Janeiro de 2019.

A segunda onda da Covid-19 em ascensão agora, deve provocar restrições nalgumas actividades económicas e canais de comercialização de alimentos no país. O fim do auxílio de emergência também contribui para a redução da procura interna. Porém, já na segunda semana de Fevereiro os preços dão sinais de forte reacção, coincidindo com a retoma do bom ritmo das exportações que, nos primeiros 10 dias úteis deste mês, somaram 33995 toneladas de carne de porco exportadas (MDIC). Mantida esta média, o mês de Fevereiro deve fechar em cerca de 70 mil toneladas exportadas, um número bastante satisfatório para o início do ano.

A recuperação do efectivo chinês deve determinar uma redução das importações de carne de porco deste país. O Rabobank estima que esta redução das importações chinesas pode girar entre 10 e 30%. Mesmo assim, o Brasil, que representa hoje pouco mais de 10% das importações chinesas de carne de porco, deve aumentar as suas exportações totais em relação a 2020 na ordem de 2,5 a 6%, segundo o banco holandês, pois outros mercados do Sudeste Asiático, a exemplo do Vietname, devem compensar parte desta redução de compra da China. Também os EUA e a Europa deverão reduzir as suas vendas para o gigante asiático. A ABPA acredita que as exportações de carne de porco do Brasil possam aumentar até 10% em relação ao ano passado. No tocante à produção brasileira de carne de porco em 2021, a ABPA projecta um crescimento de 3,5%, enquanto o USDA e o Rabobank estimam um aumento de 3,6 e 2,5%, respectivamente.

18 de Fevereiro de 2021 / ABCS / BRASIL.
http://abcs.org.br/

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