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Painel do IPVS no 333 Experience discutiu estratégias para proteger a saúde do efectivo suíno do Brasil

Peritos apresentaram ferramentas para garantir que o Brasil continue um país livre da Peste Suína Africana (PSA).

3 Janeiro 2022
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A propagação da PSA e os desafios envolvidos na contenção dos seus danos foram os tópicos de discussão durante o Painel do IPVS apresentado online no 333 Experience Congress, realizado no dia 19 de Novembro, que reuniu pessoas ligadas à suinicultura.

O painel foi presidido por Fernanda Almeida, Presidente do IPVS2022 e Lia Coswig, Directora de Biossegurança do IPVS2022, o painel convidou Maurício Dutra, médico veterinário com doutoramento em epidemiologia e vasta experiência na prevenção e erradicação de doenças infecciosas, José Manuel Sánchez Vizcaíno, Médico Veterinário, Professor de Saúde Animal da Universidad Complutense de Madrid (ESP) e Director do Laboratório de Referência da OIE e Christian Gortázar, Médico Veterinário e Professor de Saúde Animal da Universidad de Castilla-La Mancha (ESP).

O Presidente do IPVS2022 abriu o painel e falou sobre a representatividade do Brasil na indústria suína global. O Dr. Almeida mencionou que não é por acaso que o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de produção e exportação de carne suína. O país deve esta importante posição ao empenho e foco de toda a suinicultura, que tem trabalhado muito para entregar as melhores soluções para se manter à frente do mercado.

O Dr. Dutra abordou o cenário actual da PSA, acrescentando que esta é uma discussão muito relevante e sem fim. Segundo ele, entre as doenças virais encontradas na suinicultura, a PSA é certamente a mais desafiadora. A situação na Ásia mostrou claramente as consequências catastróficas do vírus quando chegou ao continente. Por exemplo, o tamanho do efectivo da China diminuiu 40%, levando a mudanças nos seus protocolos de biossegurança para garantir que as regras de quarentena e medidas de controlo sejam estritamente seguidas.

O Dr. Dutra enfatizou que ainda há um longo caminho pela frente para controlar a PSA na Ásia. Por outro lado, o uso de vacinas vivas - a maioria contrabandeada, tem contribuído para o desenvolvimento de novas estirpes de vírus muito mais difíceis de identificar.

José Manuel Sánchez Vizcaíno, médico veterinário, Professor de Saúde Animal na Universidad Complutense de Madrid (ESP) e Director do Laboratório de Referência da OIE
José Manuel Sánchez Vizcaíno, médico veterinário, Professor de Saúde Animal na Universidad Complutense de Madrid (ESP) e Director do Laboratório de Referência da OIE

O Dr. Vizcaíno concorda que o uso de vacinas não autorizadas está a agravar ainda mais a propagação da PSA. Quatorze anos após a sua chegada à Europa, a doença continua a ser entendida como uma grande incógnita pela comunidade científica. Temos hoje uma grande variedade de genótipos derivados das estirpes atenuadas dessas vacinas não autorizadas, sem garantias. O Dr. Vizcaíno também acredita que a vacina agora em desenvolvimento em Espanha está a avançar muito para ser aprovada.

O Dr. Gortázar deu uma visão geral do papel dos javalis na PSA. Também abordou as várias facetas do controle de PSA. Segundo ele, temos trabalhado na prevenção, cuidando do meio ambiente onde esses animais vivem, na eliminação correcta das carcaças e compartilhando informações com a comunidade da suinicultura. Também foi incentivada a caça desportiva porque reduz o número de animais selvagens. Embora a caça desportiva seja eficaz antes de um surto, acções paliativas, como a caça profissional e o estabelecimento de barreiras artificiais, são necessárias quando há uma epidemia, como foi o caso na Coreia do Sul, disse Christian.

Para garantir que o Brasil permaneça livre de PSA, os intervenientes concordaram que deve ser dada atenção especial ao transporte de animais, destino correcto de carcaças contaminadas e controlo de moscas, pois o vírus pode sobreviver até 110 dias em temperaturas entre 3 ° C e 4 ° C e até um mês dentro de um parque contaminado, como Christian apontou.

Segundo o Dr. Vizcaíno, o controlo da entrada de alimentos no Brasil pelos aeroportos deve ser reforçado. Os turistas brasileiros que voltam para casa podem trazer inadvertidamente o vírus PSA que, por exemplo, pode estar presente em alimentos processados. Em geral, a população brasileira subestima a gravidade do transporte de alimentos, mas esses itens podem vir a servir de porta de entrada para uma epidemia no país.

Segundo o Dr. Dutra, o estado de saúde do Brasil é um exemplo a ser seguido, é o activo mais forte do Brasil.

13 de Dezembro de 2021 - IPVS

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