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Caso clínico: Gripe + PMWS+ PRRS

A associação de doenças é de resolução dificil numa exploração. Neste caso houve associação gripe/circovirus com forte circulação do PRRSV.

Descrição da Exploração



  • Exploração de ciclo fechado de 180 porcas situada na Bretanha francesa, numa zona de forte densidade suína.
  • O maneio realiza-se em 7 bandas com 1/3 do desmame a 21 dias e 2/3 a 28 dias.
  • Desde a Primavera de 2007 as primíparas de substituição compradas apresentam o seguinte estatuto sanitário: negativas para PRRS, indemnes para Actinobacillus pleuropneumoniae 2, 1-9-11 e vacinadas contra a Mycoplasma hyopneumoniae.
  • Na quarentena usa-se o sistema tudo dentro-tudo fuera e as primíparas passam nesta zona 9 semanas.
  • O sémen é comprado fora da exploração.
  • A ração para as porcas em lactação e os leitões é comprada.

Estatuto sanitário

  • PRRS: vacinação das porcas e dos leitões.
  • Indemne para Actinobacillus pleuropneumoniae.
  • Leitões vacinados contra a Mycoplasma hyopneumoniae.
  • Vacinação das porcas contra a Rinite Atrófica.
  • Positiva para influenza.
  • Vacinação das porcas contra o PMWS.

Protocolos vacinais em curso

  • Primíparas: PRRS, rinite, parvovirose-mal rubro.
  • Porcas: Parvovirose-mal rubro, PRRS (vacinação em massa a cada 4 meses), rinite e colibacilose.
  • Leitões: micoplasma (2 injecções aos 12 e 32 dias de vida) com a primeira injecção associada à vacinação contra o PRRS.

Profilaxia

  • Alimento de primeira idade distribuído nas baterias entre os 28 e 42 dias de vida suplementado com colistina.
  • Alimento de segunda idade suplementado com colistina.
  • Ração a partir dos 63 dias de vida suplementado com oxitetraciclina + tilosina.

Organização dos pavilhões

  • Quarentena: 4 parques com slat, aquecimento, funcionamento tudo dentro-tudo fora e duração de 9 semanas.
  • Cobrição-gestante: 3 salas: 1 sala de cobrição, 1 sala de gestação com porcas livres em parques (primíparas) e 1 sala com gestantes presas.
  • Maternidade: 2 salas com 16 lugares e 2 salas com 4 lugares.
  • Baterias: 3 salas de 150 porcos + 3 salas de 75 porcos.
  • Engorda: 5 salas de 150 porcos + 5 salas de 75 porcos.





Aparecimento do Caso




Após uma diminuição importante do índice de fertilidade desde há já dois meses (finais de 2007), o suinicultor decide entrar em contacto com a veterinária. Além do mais, a estes piores índices de fertilidade soma-se um forte aumento das perdas nas baterias e crescimento, de entre os 8 e os 14% desde há 2 anos, com uma degradação do estatuto respiratório desde Agosto de 2006. Se bem que se tenham tomado diferentes medidas, estas não deram os resultados desejados.

Passos Prévios




Devido à complexa situação, a veterinária decide analizar o historial sanitário da exploração, as análises realizadas e as medidas tomadas.

Historial sanitário

  • Janeiro 2006: forte degradação do rendimento: diarreias cinzentas, mortalidade, enterite hemorrágica, utilização de tilosina na 1ª e 2ª idade com uma visível redução das perdas.
  • Primavera 2006: pasagem de gripe sem confirmação de um diagnóstico preciso.
  • Verão 2006: mortalidade importante na engorda, degradação respiratória: presença de dispneia e debilitamento.
    • Serologias para PRRS

      Idade Resultado
      12 semanas 5/5 negativos
      15 semanas 2 positivos/5
      20 semanas 5 positivos/5
      →Iniciação da vacinação contra o PRRS ao desmame.
  • Inverno 2006:
    • modificação da profilaxia contra o micoplasma: retorno à dupla injecção.
    • inicio da vacinação- contra a circovirose nas porcas.
  • Primavera 2007:
    • os índices de perdas mantêm-se em níveis elevados.
    • a histologia dos animais mortos dá como resultado pneumonia proliferativa sobreinfectada relacionada com o PRRS.
    • PCR sobre os órgãos destes animais:
    PCR PCV 2 positivos
    PCR PRRSV positivo (atenção, animais vacinados, sem tipagem do vírus)
    → vacinação em massa das porcas contra o PPRS.
  • Verão 2007:
    • Exame de pulmões de animais mortos: presença de Haemophilus (bacteriologia) e confirmação de gripe (histologia e imunofluorescência).
    • Exame em porcos mortos de 35-50 kg:
    Exame Resultado
    Bacteriologia Streptococcus suis tipo 2
    Histologia Lesões típicas de PMWS
    PCR PRRS positivo mas atenção à presença de animais vacinados
  • Outubro 2007: pára-se a vacinação contra a circovirose nas porcas.
  • Inverno 2007: isolamento do vírus da gripe nas baterias.
    • As PCR positivas para PRRS obtidas em repetidas vezes foram realizadas em animais vacinados→ forte hipótese de circulação do vírus vacinal.


Visita à Exploração



Quarentena
  • Instalações que se destacam pelo seu desenho e conforto.
  • Boa adaptação dos animais, ausência de tosses, de descargas ou de artrites.
Cobrição-gestantes
  • Alimentação: 3 refeições por dia, índice de diluição de 6 litros.
  • Cobrição: presença de algumas tosses secas nas porcas independentemente do número de parto.
  • Gestantes em liberdade (unicamente primíparas): presença de tosse seca.
  • Gestantes bloqueadas (multíparas): porcas muito gordas, presença de dimorfismo nas unhas e porcas em postura de "cão sentado".
  • Falta de apetite
Maternidade
  • Parto+3 semanas: importante problema de apetite: excesso de estado corporal na gestação.
  • Porcas pálidas.
  • Qualidade média dos leitões ao nascimento: postrados, heterogéneos, muitos leitões pequenos.
  • Presença de tosse seca e forte nalguns leitões.
Baterias
  • Pequenas salas destinadas aos leitões desmamados aos 21 dias.
  • Formação de lotes por ninhada.
  • No dia da visita há ausência de tosses na maternidade. As bandas presentes nas baterias tampouco tinham apresentado tosse na maternidade.
  • Presença de diarreias líquidas em leitões de 2ª idade tratados com colistina.
  • Informação de perdas nas baterias:

Engorda
  • Lote entrado a 26/01/2008: 0,7% de perdas nas baterias, entrada aos 87 dias, 43 kg.
  • 3 semanas depois da entrada na engorda recaída por colibacilose, os porcos começam a atrasar-se.
  • Nos lotes com animais mais velhos: presença de tosse seca, animais com atraso que apresentam aumento dos gânglios inguinais por palpação, taxa de perdas superior a 5% independentemente do lote.
Precisões importantes:
  • Maneio em bandas rigoroso.
  • Exploração com um nível higiénico notável.
  • Desinfecção boa. Utilização de uma agulha por porca, uma agulha por ninhada, uma agulha por cada 10 leitões desmamados e mudança para cada parque.

Dados Complementares




Depois desta primeira visita, a presença de tosse seca e forte nas porcas, os leitões na maternidade e os porcos no crescimento induz a pensar em gripe, doença que já tinha sido diagnosticada e confirmada em repetidas ocasiões. A presença de porcos pálidos, atrasados na engorda durante as seis primeiras semanas após a entrada faz pensar na presença de sindroma da redução do crescimento (PMWS) apesar da vacinação das porcas contra a circovirose durante 18 meses. Neste momento, a hipótese de diagnóstico é gripe e PMWS.

Controlos no matadouro

Pulmões

Data
Média sobre 28
% indemnes
% afectados
10/03/99
1,13
72,50
2,50
20/11/03
1,47
60,25
3/11/06
4,74
29,62
22,22
24/11/06
4,46
32,46
19,48

Pleuresia

Data
Média
% afectados
20/11/03
0,26
7,69
3/11/06
0,20
7,40
24/11/06
0,07
2,59

Controlo focinhos

Data
Média
% indemnes
% afectados
10/03/99
3,13
33,33
6,66
20/11/03
1,40
66,66
3/11/06
1,43
62,50

Ausência de lesões relacionadas com actinobacilose.
Ausência de lesões de sobreinfecção bacteriana.

Análises complementares

Primeiro eixo: Gripe
  • Serologia das porcas em função do número de parto.
  • Serologia de 10 leitões no final da transição.
  • Serologia de 10 leitões às 18 semanas de vida.
  • Serologia de 10 porcos de engorda no final da engorda.
Segundo eixo: Porcos atrasados na engorda
  • Histologia + Confirmação ou invalidação do diagnóstico de circovirose.
Terceiro eixo: Colibacilose
  • Tipado para coli assim como antibiograma.
Lesões de gripe
Gânglios inguinais aumentados

Primeiras Medidas Tomadas




1) Rectificação das quantidades distribuídas na engorda

  • Ante os problemas de apetite na engorda, realiza-se o controlo em três pontos do processo de fabricação da alimentação líquida (pasagem, distribuição e homogeneidade) sem presença de nenhuma anomalia.
  • Os porcos chegam aos 84 dias e 42 kg e são alimentados com 1,9 kg (45 g/kg peso vivo). Ante os problemas de apetite decide-se dar aos porcos a quantidade de ração dos animais 10 dias mais novos (1,6 kg para os mesmos animais de 84 dias e 42 kg). Mantém-se este desfasamento durante toda a fase de engorda e aproxima-se uma percentagem de correcção de 70 a 100% aos 14 dias de arranque.

2) Medicações propostas

  • Tratamento das porcas com 2000 ppm de oxitetraciclina durante 15 dias.
  • Sem proposta de medicação para os porcos na transição e crescimento-engorda já que não há nenhum sinal que faça pensar em sobreinfecção bacteriana: ausência de secreção nasal, tosse, artrite e abscessos.

Resultados das análises complementares Trâs semanas depois da visita temos os resultados das análises complementares. Em paralelo, a modificação da curva de alimentação dos porcos de engorda permite encontrar os comedouros vazios entre 1 a 1H 30 min após a distribuição do alimento, o que evita a modificação diária das comportas de distribuição.

Análises para gripe

PCR gripe
(12.03.08)
Histologia
(20.02.08)
Serologia (20.02.08)
(ELISA LSI)
Leitão com pneumonia (28 dias de vida)
Negativo
Porco de 68 dias com presença de tosse e discordância respiratória Linfoadenite supurativa.
Pneumonia intersticial proliferativa.
Bronquiolite necrosante subaguda.
Edema interlobular evidente que faz pensar em passagens virais de tipo gripal.

10/10 negativos
Porco de 127 dias de vida
8/10 positivos

Estes primeiros resultados confirmam de novo a circulação de um vírus gripal. A precocidade da circulação, evidenciada pela veterinária desde a primeira visita, não é tão clara: todas as serologias são negativas aos 68 dias. Mas na banda onde se recolheu a amostra, os animais não tinham tossido de forma tão marcada como a descrita pelo suinicultor na maternidade e baterias. O suinicultor já tinha sublinhado o marcado efeito banda.

Análises para circovirus

PCR quantitativa (12.03.08)
Histologia (20.02.08)
Leitão 28 dias Leitão procedente de primípara não vacinada contra o circovirus.
PCR quantitativa 107 em pulmões.
Limite de positividade = 1011
Leitão 68 dias
Leitão 127 dias com atraso
Nódulos linfáticos, amígdalas: hipoplasia linfóide de moderada a notória, multifocal com focos de histiocitose com células plurinucleadas.
Pulmões: paredes alveolares engrossadas de forma moderada a forte por infiltração linfohistiocitária e células plurinucleadas.
Resumo: linfoadenite granulomatosa evocadora de infecção por PCV" (PMWS). Pneumonia intersticial proliferativa e granulomatosa evocadora de passagens de tipo viral, circovirus e possivelmente PRRSV.

Nos dois animais a procura de circovirus por imunohistoquímica mostrou-se muito positiva nos gânglios e amígdalas.

A veterinária conclui que existe uma forte prevalência de PMWS nas diferentes fases. Portanto, a vacinação contra o circovirus realizada nas porcas durante 18 meses não permitiu melhorar os índices de perdas.

A primeira hipótese é de associação de PMWS e gripe. Apesar de que os resultados das análises não confirmem a existência de uma forte precocidade da circulação (efeito banda?), as múltiplas tosses presentes nas porcas e leitões na maternidade fazem pensar que a dita circulação existe entre os reprodutores. Lamentavelmente, o suinicultor não quis realizar a serologia nas porcas.

Por outra parte, o problema na maternidade, as porcas gordas, os leitões heterogéneos, vai a favor de uma má transferência calostral.

Propostas




A veterinária decide centrar os seus esforços na gripe nos reprodutores e no circovirus e decide por em marcha as seguintes medidas:

Vacinação contra a gripe: vacinação em massa dos animais, uma primeira vacinação seguida de uma segunda às 4 semanas para depois vacinar cada 16 semanas.

Vacinação contra o circovirus: vacinação dos leitões. O suinicultor nega-se a recomeçar a vacinação das porcas vistos os resultados obtidos. Tendo em conta o efeito banda nas baterias, decide-se vacinar os leitões às 6 semanas de vida uma vez que se inicie a utilização de paracetamol na ração de segunda idade.

Manutenção da vacinação mediante vacina viva atenuada contra o PRRS em massa nas porcas cada 16 semanas. A exploração vacinava os seus leitões desde há 2 anos mas neste momento corre-se o risco de parar a vacinação dos leitões já que se inicia a vacinação contra o circovirus.

Contudo, para a veterinária, o PRRS é importante. Decide-se, pois, realizar de forma paralela um diagnóstico da estabilidade nos leitões nascidos e realizar o acompanhamento de 10 leitões cada 4 semanas mediante serologia.

O peso do PRRS é forte já que a exploração se encontra numa zona de elevada densidade suína com uma forte pressão de infecção.

Mantém-se a vacinação contra o Mycoplasma com dupla injecção.



Evolução do Caso




  • Desde a introdução da vacinação massiva contra a gripe nas porcas os índices de fecundidade encontram-se acima de 85%.
  • Finaliza a presença de tosses nos leitões na maternidade e baterias.
  • Diagnóstico da estabilidade de PRRS: primeira etapa: transmissão mãe-leitão → PCR todas negativas. A seguir controlando.
  • Evolução da taxa de perdas nas baterias/engorda:
    • Antecedentes: desde o verão de 2006 a taxa de perdas desmame-abate varia segundo as bandas entre os 8 e os 14%.
Data do desmame
Índice de perdas nas baterias
Índice de perdas na engorda
Índice de perdas desmame-abate
S 21.02.08
0%
7,99%
7,99%
S 13.03.08
0,66%
6,28%
6,94%
S 13.03.08
2,13%
3,15%
5,28%
S 14.04.08
0%
0%
0%
S 24.04.08
2,19%
3%
5,19%



Os dois primeiros lotes que tinham sido vacinados contra o circovirus durante a fase de baterias.
As perdas na engorda devem-se essencialmente à crise de colibacilose que persistem durante as 3 primeiras semanas.
Presença de tosse seca no final da engorda.

Evolução da medicação

  • Mantém-se a suplementação de primeira idade.
  • Mantém-se a suplementação com oxitetraciclina/tilosina.


Controlo no matadouro realizado em 26.08.08

Média/28
% indemnes
% afectados
Pulmões
1,921
60
2,50
Pleuresia: Média = 0,06
% Artrite = 2,50%


Conclusão




Se bem que os critérios zootécnicos (lotes, peso de abate, idade de abate) tenham melhorado, não se deve perder de vista a alta probabilidade de recirculação de PRRS, que continua a ser um factor prioritário de controle. Com efeito, durante os dois anos anteriores o trabalho de controlo do PRRS beneficiou a exploração.

Ficam por controlar os aspectos relacionados com a colibacilose:

Aspecto sanitário: que colibacilose? que medidas terapêuticas? Deve realizar-se uma bacteriologia e um antibiograma.

Aspecto alimentar: ter em conta a nutrição para alcançar maior rusticidade digestiva nas baterias e engorda.

A associação gripe/circovirus parece, neste caso, o causador da degradação sanitária existente no momento das visitas. Sempre é difícil entender a sequência das patologias nestes casos de doenças respiratórias associadas. As ferramentas de diagnóstico ao nosso alcance ajudam-nos. De todas formas, a clínica, não deve ser nunca esquecida.

Os sinais clínicos tidos em conta para as distintas categorias de animais nas diferentes etapas fisiológicas devem ser coincidentes com o que sabemos acerca da epidemiologia das doenças em questão. O plano de amostras e os tipos de análises escolhidas são essenciais para estabelecer um diagnóstico.



Comentários



Este caso clínico, que afectou uma exploração de ciclo fechado de 180 porcas situada na Bretanha francesa, numa zona de forte densidade suína, descreve a associação gripe/circovirus num contexto de forte risco de recirculação do PRRSV.


Já durante a primeira visita tivemos na mão o diagnóstico confirmado das patologias:

  • gripe,
  • sindroma da redução do crescimento (PMWS) y
  • historial de PRRS com análises recentes mediante PCR não interpretáveis (análises realizadas em animais vacinados numa exploração onde se vacinava desde há mais de 20 meses)

Durante a degradação sanitária observada na Primavera de 2006 tomaram-se uma série de medidas, todas justificadas.
É realmente a clínica, o conjunto de sintomas diferentes para os distintos grupos de idade, que conduziram a propor as medidas iniciadas.
Os problemas na maternidade com porcas demasiado gordas e leitões heterogéneos ao nascimento, a pouca descida do leite, a precocidade da circulação do vírus gripal que afectava as porcas e leitões já na maternidade, explicam, em parte, os primeiros casos de sindroma de falta de crescimento às 9 semanas de idade apesar da vacinação contra circovirus realizada nas porcas.

Um ponto importante: o suinicultor esteve a vacinar durante mais de 20 meses os leitões contra o PRRS. A vacinação em massa das porcas estava-se a realizar desde há mais de 1 ano. Evidentemente, no caso em que as medidas não tivessem sido tomadas, a co-infecção PRRSV/PCV2 tinha sido a prioritária. Teria sido tomada em conta de forma prioritária.

Obviamente, ainda falta muito trabalho por fazer:
Risco importante de PRRS retomar o diagnóstico de estabilidade, importante papel da biosegurança externa, peso da localização geográfica.
Colibacilose a na entrada na engorda.

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