X
XLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0
Leia este artigo em:

Vacinação contra PRRSv: uma aproximação prática

Em geral, a imunização através de vacinação é o método mais rápido e fácil para estabilizar uma exploração.

O controlo do vírus do Síndrome Reprodutivo e Respiratório Suíno (PRRSv) é uma tarefa complexa que inclui, pelo menos, quatro linhas de acção diferentes: o diagnóstico, a monitorização da exploração, a biossegurança e a imunização. Regra geral, a imunização através da vacinação é o método mais rápido e fácil para estabilizar uma exploração. Este artigo revê o uso prático da vacinação frente ao PRRSv.

 

O que é que se pode esperar da vacinação?



Em muitos casos as vacinas frente ao PRRSv induzem apenas uma “protecção parcial” nos porcos vacinados. Isto significa que os porcos vacinados podem ser infectados se forem expostos a uma estirpe de PRRSv suficientemente diferente à da vacina, mas a sua imunidade controlará a infecção mais rápido e com mais eficácia que se o animal não tivesse sido vacinado. Normalmente a vacinação proporciona uma boa protecção clínica contra a forma reprodutiva (redução dos abortos, múmias, etc. causados pelo PRRSv) e uma protecção razoável para os leitões, o que pode significar uma redução da mortalidade e das infecções respiratórias secundárias.

Em termos de virologia, a vacinação reduz a duração da virémia, no caso do animal vacinado ser infectado, e diminui a excreção viral. Deste modo, a vacinação pode contribuir para reduzir a transmissão da infecção. Portanto, a vacinação é útil para estabilizar a exploração (detém a transmissão vertical das porcas para os fetos durante a gestação).

No entanto, a redução da circulação viral após a vacinação pode ser influenciada pela estirpe. Em geral, as estirpes de PRRSv mais virulentas tendem a ser mais capazes de superar a protecção conferida pelas vacinas.

Atenção: Como a imunidade conferida pelas vacinas frente a PRRSv é parcial, a eficácia de uma vacina virá relacionada com a biossegurança da sua exploração. Quanto maior for  o número de novas introduções de vírus, maior será a probabilidade de enfrentar uma estirpe diferente ou mais virulenta.

Vacunación

 

Vacinação frente a PRRSv: quem, quando e como



A vacinação frente a PRRSv pode ser utilizada por quatro motivos diferentes: a) deter um surto; b) ambientar as porcas de reposição; c) memória de vacinação para as porcas ou d) imunizar os leitões. Vamos a rever estes usos.

a) Vacinação de emergência

Quando há um surto reprodutivo de PRRSv, a fase inicial dura entre 1 e 4 meses, dependendo das características da exploração, se não for realizada nenhuma intervenção. Portanto, o objectivo principal deve ser minimizar o impacto da doença. Isto pode ser conseguido mediante uma vacinação de emergência das porcas. Esta estratégia pretende induzir um nível basal de imunidade frente ao vírus em todas as porcas presentes ao mesmo tempo.

Para realizar uma vacinação de emergência com êxito devem ser tidos em conta vários pontos:

  • Primeiro: quanto antes melhor. Deve ter-se em conta que o desenvolvimento da imunidade após a vacinação levará umas 3 semanas. Deste modo, quanto mais se atrase a sua administração, maior proporção de porcas infectadas haverá. Atenção: a vacina apenas é útil quando aplicada a porcas não expostas.
  • Segundo: a vacinação de emergência frente ao PRRSv só deve ser realizada com vacinas vivas modificadas (atenuadas). Foi demonstrado que a primo-imunização é mais rápida e mais potente com vacinas vivas. No entanto, deve recordar-se que as vacinas vivas se replicam no animal, pelo que as porcas serão transitoriamente virémicas após a vacinação (há que ter isso em conta no momento interpretar os resultados de PCR nas semanas posteriores à vacinação). Além disso, se for aplicada no final da gestação, podem nascer leitões virémicos (ainda que sem consequências clínicas).

b) Vacinação para ambientar as porcas de reposição

Ambientar as porcas de reposição livres de PRRSv é melhor através de vacinação. Por isso deve ser sempre considerada uma primeira vacinação com uma vacina viva e uma análise serológica das nulíparas aos 14 dias para ver se foram correctamente vacinadas. Em alguns casos, quando a pressão de infecção na exploração de destino for elevada, pode considerar-se uma revacinação 4 semanas depois da primeira e, no mínimo, 3 semanas antes da primeira inseminação. Se as porcas de reposição forem serologicamente positivas ao PRRS devido a uma infecção anterior na sua juventude, uma dose única será suficiente (de novo com vacina atenuada para assegurar uma imunidade elevada). Atenção: a primeira imunização deve ser realizada sempre com uma vacina viva.

Recentemente foram postos à venda dispositivos para a aplicação intradérmica da vacina em porcas e porcas de reposição. A vacinação intradérmica parece ser, pelo menos, equivalente à vacinação intramuscular frente a PRRSv e oferece vantagens relativamente ao maneio das porcas e nulíparas.

c) Memória de vacinação para as porcas

A vacinação de memória pode ser feita com vacina viva ou inactivada. Em ambos os casos os protocolos mais habituais têm em conta 3 (em alguns casos 4) vacinações/ano, normalmente com aplicação a 100% do efectivo. Para a selecção das vacinas, deve ser considerado o próprio risco de infecção. Quando a pressão de infecção é pouco elevada, uma vacinação de reforço com vacina inactivada é uma possibilidade a avaliar se não se quer introduzir um vírus vivo nos animais.

Se o protocolo não conseguir manter a imunidade da exploração aplicando 3-4 vacinas por ano, há que rever se está a ser feito algo mal (armazenamento inadequado das vacinas, técnica de vacinação incorrecta...) já que é uma das causas mais comuns. Atenção: a revacinação das porcas já positivas nem sempre conduz a um aumento do ratio S/P no ELISA.

d) Vacinação de leitões

A vacinação de leitões constituiu uma controvérsia durante muitos anos em muitos aspectos. Para entender como e quando pode ser útil, é importante recordar que, se nascerem leitões virémicos, a vacinação destes animais não tem utilidade. Além disso, deve ser considerado o facto de que são necessárias 3-4 semanas para o desenvolvimento da imunidade. Por outras palavras, a vacinação dos leitões deve ser aplicada quando, em explorações estáveis frente ao PPRSv, aparece um surto após as 6-7 semanas de idade; se os desmamados são infectados antes, o êxito da vacinação será, provavelmente, escasso.

Comentários ao artigo

Este espaço não é uma zona de consultas aos autores dos artigos mas sim um local de discussão aberto a todos os utilizadores de 3tres3
Insere um novo comentário

Para fazeres comentários tens que ser utilizador registado da 3tres3 e fazer login

Não estás inscrito na lista Última hora

Um boletim periódico de notícias sobre o mundo suinícola

faz login e inscreve-te na lista

Produtos relacionados na Loja Agro-Pecuária

A loja especializada em suíno
Acoselhamento e serviço técnico
Mais de 120 marcas e fabricantes
Não estás inscrito na lista A web em 3 minutos

Um resumo semanal das novidades da 3tres3.com.pt

faz login e inscreve-te na lista