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Fêmea de javali no seu ninho, com os listados |
O tecido adiposo castanho (TAC) é característico dos mamíferos e permite aos recém-nascidos a produção de calor não associada a tremuras. A proteína UCP1, situada na membrana mitocondrial interna dos adipócitos castanhos, desacopla a cadeia respiratória da fosforilação oxidativa, dissipando assim energia em forma de calor sem que se produza ATP. Crê-se que a aquisição de TAC e UCP1 proporcionou aos primeiros mamíferos uma vantagem evolutiva permitindo-lhes estar activos nos periodos frios e sobreviver ao stress por frio do nascimento.
Foi sugerido que o bloqueio da expressão de TAC e UCP1 nos leitões se produziu durante a domesticação devido a uma forte selecção de um metabolismo energético mais eficiente.
A publicação parcial do genoma porcino permitiu comparar o locus para UCP1 com o genoma humano e foi detectada uma eliminação dos exões 3 e 5 na sequência porcina. Esta eliminação foi confirmada em todos os porcos domésticos (Sus domesticus) analisados, assim como em javalis europeus (Sus scrofa), javali barbado (Sus barbatus), facóquero comum (Phacochoerus africanus) ou javali do rio (Potamochoerus porcus). No resto dos exões detectaram-se 3 mutações adicionais. Ainda assim, o grau de substituições não sinónimas era claramente mais elevado em porcos que nas correspondentes sequências nos humanos, vacas e ratos, o que foi utilizado para estimar que a expressão da UCP1 nos porcos foi interrompida há 20 milhões de anos.
F Berg, U Gustafson, L Andersson. The Uncoupling Protein 1 Gene (UCP1) Is Disrupted in the Pig Lineage: A Genetic Explanation for Poor Thermoregulation in Piglets. 2006. PlOS Genetics. Vol. 2(8).