As últimas aparições de casos de BSE e gripe das aves em alguns países podem dar lugar a um aumento da confiança por parte dos consumidores na carne de porco, dando lugar a um crescimento tanto da produção como do consumo. Para este ano, 2004, espera-se que as exportações mundiais alcancem 4,2 milhões de toneladas. Seguidamente mostra-se as previsões para os principais países exportadores de carne de porco:
- Estados Unidos: Para 2004 prevê-se um aumento da produção
suína de 1%. As exportações de carne suína foram
aumentando durante 2003, sendo os principais destinos o Japão, o México
e o Canadá, que representam 80% do total da exportação, e espera-se
que a procura estrangeira continue elevada durante este ano. Por outro lado,
a debilidade relativa do dólar aumentará a competitividade da carne
de porco dos E.U.A. Além disso, devem acrescentar-se os acordos de
livre comércio estabelecidos durante os últimos meses entre
os Estados Unidos e o Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras
e Nicarágua, assim como a possibilidade de exportar produtos de suíno
processados para a Austrália.
- Canadá: Prevê-se que a produção do Canadá
crescerá abaixo de 1% durante 2004. Os preços elevados dos cereais
e a diminuição do consumo doméstico reduzirão
os incentivos para ampliar a produção. Por outro lado, e apesar
da debilidade do dólar americano, o Canadá continuou a exportar
porcos vivos para o país vizinho, alcançando os 7,4 milhões
de cabeças em 2003, 30% mais que em 2002, espera-se que este ano se
alcancem os 7,8 milhões de cabeças, ainda que este facto dependerá
de se finalmente os Estados Unidos impõem direitos alfandegários
à importação de porcos provenientes do Canadá.
As exportações, que representam 50% da produção
canadiana, aumentaram em mais de 12%. Segundo as estimativas para 2004, as
exportações alcançarão 1,05 milhões de
toneladas, mantendo o Canadá como o maior exportador de carne porcina após
a União Europeia, e o destino principal destas exportações
continuará a ser os Estados Unidos (56% do total de exportações).
- Brasil: No caso do Brasil espera-se uma diminuição
da produção na ordem dos 3%. No que toca às exportações,
durante os dois anos anteriores, o Brasil exportou 23% da sua produção,
das quais 65% se destinou à Rússia. Para 2004 as exportações
para do Brasil diminuirão quando comparadas com ano passado (300.000
ton), devido ao sistema de quotas russo que fará competir a carne de
porco brasileira por uma parte do contingente de 179.500 ton reservado a "outros
países". Para compensar esta situação o Brasil continuará a
apostar em novos mercados e a fortalecer os contratos estabelecidos com Singapura,
África do Sul, Holanda e Argentina. Por outro lado, a previsão
de uma diminuição das exportações em 30% permitirá
tentar elevar o consumo interno que continua a ser baixo.
- União Europeia: Os baixos inventários e a redução
do número de porcas continuam a afectar as perspectivas de produção
dentro da UE15 para 2004. Em Janeiro de 2004, os elevados preços das
rações assim como a força relativa do Euro face ao dólar
levaram a Comissão Europeia a reintroduzir as restituições
à exportação de carcaças e peças de porco,
as quais foram eliminadas no passado mês de Março e só
permanecem vigentes até finais do mês de Abril para os produtos
transformados. Relativamente à adesão de 10 novos Estados Membros,
estima-se um aumento da produção de 25%. No que diz respeito
ao consumo de carne de porco, esta é elevada em vários dos novos
Estados e é provável que continue aumentando devido ao aumento
do rendimento nestes países.
World Pork Overview. FAS. USDA. Estados Unidos.