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Portugal desce menos que os restantes países Europeus

Esta foi a menor descida em todos os Países Europeus (excluída a Dinamarca que manteve a sua cotação)

1 de Novembro de 2013

A segunda quinzena de Outubro permitiu haver uma redução das fortes descidas ocorridas nas semanas anteriores. Com efeito, a descida da cotação decidida na Bolsa do Porco foi "apenas" de 0,015€/kg tendo mesmo havido uma manutenção de cotação na derradeira semana do mês. Esta foi a menor descida em todos os Países Europeus (excluída a Dinamarca que manteve a sua cotação).

No mercado, e na sequência do meu comentário anterior, continuam a haver promoções de "arromba" na grade distribuição. Preços muito baixos de venda ao público, que inclusive estão abaixo do preço a que os produtores vendem os seus porcos (p.ex. pás de porco com coirato a 1,75€/kg).

Como se costuma dizer, "não há almoços grátis" e alguém terá que os pagar. Como é costume acontecer, a "fatia de leão" para suportar estas promoções costuma caber aos produtores e creio que, nesta altura, isto não fugirá à regra.

Esta situação tamém é explicada pela dificuldade que existe no mercado em vender carne. A redução do poder de comprar por parte dos consumidores também é um factor que "obriga" a grande distribuição a fazer maiores promoções para manter os volumes de vendas.

Nesta quinzena, a cotação em Lérida desceu 0,015€/kg PV (aproximadamente 0,02€/kg carcaça) e, tal como cá, a indústria espanhola também tem dificuldades em escoar a carne, não apenas no mercado interno como também na venda para outros países Europeus e Terceiros.

A Espanha está a sofrer a concorrência de França e da Alemanha, que neste momento têm preços mais baixas na sua carne e estão muito mais competitivos nos mercados exteriores e também tem a pressão de haver um dia menos de abate (dia 1 de Novembro, Feriado de Todos-os-Santos) que também "afecta" a grande maioria dos Países Europeus. Este dia a menos no abate levou a que houvesse alguma tentativa de antecipação na saída de porcos e provocará alguns atrasos no abate de porcos com a consequente pressão sobre as cotações.

A juntar aos factores negativos que assolam o mercado Europeu, junta-se uma nova, e inesperada, descida alemã de 0,05€/kg carcaça após 5 semanas de manutenção. Quando se esperava que o mercado alemão tinha completando o seu ciclo baixista eis que volta a descer e com algum significado.

Esta descida alemã além de inesperada vem, de novo, baralhar todo o mercado Europeu ainda para mais quando todos os indicadores do motor Europeu nos dão conta de que há boas vendas de carne congelada (porque a fresca continuam sem autorização) para a Rússia e para os demais mercados de Países Terceiros mas o seu consumo interno apresenta algumas dificuldades.

A Holanda e a Bélgica também desceram 6 e 5 cêntimos nesta quinzena, respectivamente, acompanhando, como habitualmente o fazem, o movimento do mercado alemão.

A Dinamarca manteve a sua cotação e continua a ser um caso à parte em todo o mercado Europeu do porco. Com as proibições russas à entrada de carne fresca alemã e espanhola, quem tem beneficiado dessa proibição é a Dinamarca que entre Janeiro e Junho aumentou 17% as vendas para aquele país.

A França desceu 0,063€/kg carcaça esta quinzena e também tem tido dificuldades no mercado da carne de porco, não apenas no mercado interno como também no externo.

A somar a estas dificuldades, houve um matadouro que fechou e também houve alguns bloqueios sindicais noutro e estes acontecimentos criaram um excesso de porcos no mercado com necessidade de serem escoados provocando uma pressão baixista no preço. Junta-se o feriado de 1 de Novembro e a França apresenta a maior descida de todos os grandes produtores Europeus.

O que vai valendo ao mercado é que as matérias-primas continuam com preços bastante aceitáveis e isso tem influenciado muitos positivamente a descida dos custos de produção dando maior competitividade aos produtores de porcos.

Prevê-se que as matérias-primas mantenham os preços e que, após esta "tempestade" no mercado Europeu do porco, possa haver estabilização e posterior subida das cotações.

Todos os indicadores do mercado Europeu apontam para que as descidas possam não ter chegado ao fim. É possível que possam haver novas correcções das cotações, o que não é nada agradável.

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