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Infecção por MRSA em porcos e humanos

Staphylococcus aureus é uma bacteria que vive básicamente na pele humana, onde pode causar infecções e pode ocasionalmete aceder à corrente sanguinea e provoca...
27 Janeiro 2009
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Staphylococcus aureus é uma bacteria que vive básicamente na pele humana, onde pode causar infecções e pode ocasionalmete aceder à corrente sanguinea e provocar artrite, pneumonias, endocardite, etc.

Resistências

As primeiras resistências desenvolvidas pelo S. aureus foram frente às penicilinas: começaram a produzir enzimas chamados de penicilases. Isto levou ao desenvolvimento de penicilinas ressistentes à penicilase, como as meticilinas. S. aureus alterou então as suas PBP (proteínas de fixação das penicilinas) para se tornar ressitente às meticilinas. Esta alteração permitiu-lhe ainda tornar-se resistente a outras penicilinas e relacionados, como as cefalosporinas, muito utilizadas em medicina humana.

Frequentemente aparecem co-ressistências ou resistências multiplas devido a estas alterações genéticas. Na medicina humana, os MRSA costumam ser resistentes às fluoroquinolonas mas sensiveis às tetraciclinas enquanto que em suínos o MRSA ST398 é resistente as tetraciclinas mas sensível às fluoroquinolonas e trimetoprim suldadiazina.

Efeitos em suínos

MRSA tem muito pouca importância em porcos, pois normalmete é um oportunista. Num estudo de 4000 amostras realizado na Holanda, só 2,4% das mesmas foram positivas S. aureus. O 48% nas articulações, 12% nos pulmões e 8% no coração e pericárdio, 8% no baço e o resto no cérebro, abcessos, rins e sangue. Só 0,4% dos isolados detectaram MRSA. Isto demonstra o baixo impacto clinico do MRSA em suínos pois 39% dos suínos holandeses e 81% das explorações são positivas a MRSA.

Num estudo holandes com swabs nasais foi detectado MRSA em 50% dos trabalhadores das explorações de suínos e só 0,03% na população geral. Noutro estudo alemão foi detectado em 36% dos veterinários de suínos em 14 5 dos inspectores sanitários e em 385 dos trabalhadores de centros de diagnóstico que tinham visitado explorações.

O serotipo isolado em suínos vitelos e broilers é o MRSA ST398, que não está relacionado com surtos hospitalares, no entanto com potencial para afectar o homem. Na maioria dos casos coloniza as fossas nasais convertendo a pessoa em portadora assintomática.

Origem

A meticilina assim como outras penicilinas avançadas não são utilizadas em suínos, isto sugere que a origem da resistência pode ser outro antibiótico avançado como a cefalosporina, no entanto se analisarmos a resistência a cefalosporina de outras bacterias como E coli ou Salmonella spp, perde-se a correlação entre a resistência à cefalosporina e a incidência de MRSA.


Figura 1. Resistência a cefalosporinas emE coli y Salomonella spp em vários países.




Diseminação

A rápida propagação não pode ser só atribuida ao uso de antibióticos. Na Holanda parece que a disseminação ocorreu através das pirâmides de selecção. Existem evidências que o MRSA transmite-se de nariz a nariz ao estar presente no pó das explorações. É considerado muito baixo o risco de transmissão através da carne ao consumidor, já que a bactéria se encontra em quantidades diminutas na carne e a mesma é facilmente destruida pelos processos de preparação.

D. Burch. Questions and answers around MRSA in pigs. Pig Progress Vol. 24:8(25-27)

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