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Deusas, chuvas e boas colheitas

Se as previsões para as colheitas são excelentes, porque os preços do trigo e da cevada não baixam?

Ceres, a deusa da mitologia romana, parece que se apiadou de nós. Aparentemente vai favorecer-nos com uma boa (mesmo excelente) colheita de cereais, tanto a nós (Espanha) em particular, como a toda a zona do Mediterrâneo (também o Norte de África), a zona do mar Negro e o resto da Europa. Pelo menos no que a produções diz respeito, aparentemente haverá boas colheitas. Digo “aparentemente”, se bem que poderia utilizar “presumivelmente” (palavra tristemente célebre ultimamente)*, já que alguns áugures alertam para possíveis calores durante os meses de Maio e Junho, e até temem geadas no Douro, outros advertem para a possível aparição de doenças fúngicas devido ao excesso de água. Apesar de estes sombrios prognósticos o que se pode quase assegurar é que a colheita em Espanha será significativamente melhor que a da última campanha de cereais. Inclusivamente podemos afirmar que a colheita de milho está quase garantida, tinhamos que retroceder bastantes anos para ver, como neste, a totalidade das barragens cheia ou quase cheia.

Poucas vezes conto com tão boas noticias para começar um artigo, assim hoje aproveitei para me recrear com elas, por isso peço perdão se me espraiei um pouco e agora centremo-nos no mercado. Já há algumas semanas que estamos na Primavera, e além da explosão da natureza, também tenho de relembrar que estamos em pleno em pleno Weather Market, período que durará até à nova colheita (não a nossa, mas sim a do Hemisfério Norte que, em geral, é em Julho/Agosto). O weather market provoca movimentos bruscos no mercado ao sabor do vaivém de notícias altistas ou baixistas dependendo das gotas que caiam, as temperaturas que afectam as zonas produtoras... Por isso, e para evitar problemas coronários, não sou muito partidário de seguir todas as notícias que saem minuto a minuto, só não há que perder de vista as mais significativas.

Quanto ao mercado, depois do famoso relatório do USDA, a verdade seja dita que todas as notícias publicadas foram baixistas para a velha colheita, foram melhorados os stocks finais de campanha, pelo que a vontade de vender foi superior à vontade de comprar. Se a isto acrescentarmos que foram continuando a chegar barcos de milho e de trigo, o panorama é risonho para os compradores. Os preços situaram-se ao redor de 225 €/Tm para o milho para posições imediatas (chegou a cotar a 222 €/Tm). O trigo cedeu um pouco e chegou a cotar a 248 €/Tm, situando-se agora ao redor de 253 €/Tm dependendo dos meses de entrega. A cevada logicamente é a que menos cede, cotiza a 242-244 €/Tm dependendo do destino. Não devemos esquecer o sorgo, que ainda que em pequenas quantidades continua a cotar a 242 €/Tm. Resumindo, o panorama não está nada mau para encarar a nova colheita. Parece-me que os preços vão continuar mais ou menos nestes níveis, dependendo do dólar e da chegada da nova colheita (falam de atrasos de 10-15 dias), sendo ainda cedo para o saber.

Quanto à nova colheita as coisas não mudaram demasiado com excepção do milho. Os preços da cevada cederam um pouco, fala-se de contratos a 205-207 €/Tm destino para Junho/Agosto. O preço do trigo para nova colheita situa-se em 215 €/Tm para uma posição de Agosto a Dezembro 2012. O milho continua a cotar a 195 €/Tm para a posição de Novembro 2013 /Janeiro 2014, ainda que tenha chegado a cotar a 189-190 €/Tm.

E porquê? Se as previsões das colheitas são excelentes, por que é que os preços do trigo ou da cevada não baixam? Uma palavra define tudo: o medo. Medo a que qualquer insignificância provoque uma alteração no panorama, medo dos produtores de vender antes de ter garantida a colheita, em resumo o medo reforça os ecrãs. Para não ocorrerem enganos actua-se dia a dia esperando que seja o outro a fazer o primeiro movimento. Ainda creio que ou subimos o milho, a cevada e a soja ou então devemos esperar que o trigo ceda um pouco e procure a sua quota de consumo.

Quanto à proteína, como tenho reiteradamente comentado, não cede (ou cede pouco). A nova e excelente colheita do Brasil continua nos portos e ainda não chegou aos consumidores. Este é o motivo fundamental porque os preços resistem, não é de estranhar que esta situação se alargue no tempo até Junho ou Julho. Não podemos esquecer que a nível mundial as coberturas são curtas e isto favorece sempre a especulação.

Nota Tradutor:

* Referência do autor a escândalos judiciais em Espanha

3 de Maio de 2013

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