A biotina faz parte da família das vitaminas B e é essencial para muitas das funções metabólicas. A sua utilização nas porcas melhora os resultados reprodutivos. Embora a sua presença na ração para suínos seja variável, frequentemente encontra-se em concentrações baixas de forma que os níveis na ração não são os adequados e é necessário uma fonte extra. Além disso a sua bio-disponibilidade é variável, no caso do milho o conteúdo é baixo mas a bio-disponibilidade é elevada enquanto que na cevada e aveia o conteúdo é elevado mas a bio-disponibilidade é só de 20 e 30%, respectivamente, no trigo a bio-disponibilidade é praticamente nula.
Tabela 1. Nível óptimo de suplementação de biotina em função da fase de crescimento
Fase crescimento |
Biotina
(mg)
|
Pré-starter (<10 kg) |
0,15-0,30
|
Starter (10-20 kg) |
0,15-0,30
|
Crescimento (20-50 kg) |
0,15-0,25
|
Engorda (50 kg-peso mercado) |
0,10-0,20
|
Porcas e varrascos |
0,30-0,50
|
Segundo os resultados de vários estudos, a adição de biotina na dieta:
- Reduz o intervalo desmame-cio (tabela 2)
- Melhora a fertilidade, de forma particular em porcas com um intervalo desmame-cio longo.
- Estimula a produção de estrogéneos, reduzindo ao mesmo tempo a aparição de cios silenciosos.
- Aumenta a superfície da placenta durante a fase final da gestação, facilitando o fornecimento de nutrientes ao feto.
- Aumenta o número de leitões nascidos vivos e desmamados.
- Diminui a incidência e severidade de lesões nas patas devido à sua implicação nos processos de queratinização, diminuindo a aparição de gretas nas unhas, frequentemente acompanhadas de dor, coxeiras e prostrações prolongadas.
- Diminui a dermatite exudativa, alopécia e melhora o rendimento produtivo tanto em animais reprodutores como em leitões e porcos de engorda.
Resta explicar que os efeitos benéficos da biotina dependem também do suplemento óptimo das outras vitaminas, devido à relação entre as vitaminas nas diferentes funções metabólicas.

Tabela 2. Efeitos da adição de biotina no intervalo desmame-estro
Referência |
Nº
porcas
|
Nº
parto
|
Biotina
(microg/kg)
|
Intervalo
desmame-cio (d) (biotina vs. control) |
Brooks et al., 1977 |
42
|
3
|
250
|
6,2
vs. 15,3 (-9,1)
|
Grandhi y Strain, 1980 |
237
|
1
|
200
|
7,7
vs. 7,6 (+0.1)
|
Pedersen y Udesen, 1980 |
140
|
1
|
400/200/400
|
8,9
vs. 10,8 (-1,9)
|
Penny et al., 1981 |
116
|
5
|
525
|
8,9
vs. 8,2 (+0,7)
|
Serrano y de la Calera, 1981 |
120
|
1
|
200
|
15
vs 15,2 (-0,2)
|
Simmins y Brooks, 1981 |
80
|
4
|
350
|
9
vs. 11,9 (-2,9)
|
Tribble, et al., 1983 |
53
|
4
|
220
|
8,1
vs. 7,8 (+0,3)
|
Bautista, 1984 |
60
|
1
|
220/440
|
6,2
vs. 7 (-2,6)
|
Hamilton y Veum, 1984 |
161
|
5
|
550
|
6,7
vs. 7 (-0,3)
|
Bryan et al., 1985 |
116
|
4
|
440
|
10,2
vs. 14,5 (-4,3)
|
Lewis et al., 1991 |
108
|
3
|
330
|
6
vs. 6,4 (-0,4)
|
Watkins et al., 1991 |
86
|
5
|
440
|
5,7
vs. 6,4 (-0,7)
|
International Pig Topics. Vol. 18. Nº 7. 2003.