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A formação de grupos de leitões em crescimento

O recurso espaço/conforto, depois do alimentar, é sem dúvida um factor limitante para o estabelecimento de uma rápida e, sobretudo, sólida hierarquia.


O recurso espaço/conforto, depois do alimentar, é sem dúvida um factor limitante para o estabelecimento de uma rápida e, sobretudo, sólida hierarquia.

Ainda que a normativa, Dir 88/2001/CE, indique as superfícies mínimas de espaço que há que reservar aos animais, a disponibilidade por si só destes espaços poderia não ser suficiente para assegurar o acesso a uma zona confortável em quanto a espaço e temperatura, adequadamente seca e limpa, que permita a todos os animais deitarem-se ao mesmo tempo, descansar e levantar-se com movimentos normais.

Comportamento na luta hierárquica

Primeiro contacto

Insistência

Ataque

Ataque

Ataque

Fuga

A alternância das estações, o aumento do peso dos animais ou as mudanças de operários podem alterar o equilíbrio entre ambiente envolvente e animais, reduzindo, às vezes inclusive de forma dramática, a disponibilidade de zona de descanso. Em muitos casos apenas o aumento da quantidade de espaço já soluciona o problema, enquanto que noutros, é o desenho da box ou a eleição dos materiais os que têm que ser reconsiderados.

A manutenção do grupo desde o nascimento até ao abate é pouco frequente na criação suína, ainda que pudesse apresentar algumas vantagens em termos de conflitos sociais.

Nas explorações os porcos sofrem numerosos agrupamentos que trazem fenómenos agressivos de resultados também dramáticos. A agressão mais intensa ocorre durante as primeiras duas horas após a criação do grupo, decrescendo logo para níveis muito baixos a partir das 24-48 horas posteriores.

Na base da agressão encontra-se a falta de familiaridade mais que a de parentesco. Com efeito, os leitões apresentam o mesmo grau de agressividade com os leitões não irmãos, que com os leitões irmãos dos que tenham sido separados ao nascimento. Em grupos de dimensões definidas, os conflitos aumentam com o aumento do número de porcos "não familiares" no grupo. Porcos que não tenham estado nunca dentro do mesmo grupo mas que experimentaram um certo grau de contacto através das divisórias entre parques, são menos agressivos entre eles relativamente a porcos que não tenham tido nunca nenhum contacto. Quando todos os porcos de um parque não são consanguíneos entre eles, o porco que assume a posição dominante lutará com cada porco do parque para alcançar o seu estado de dominância.

No caso em que se misturem diversas ninhadas, inicialmente, só um porco por ninhada lutará, e o vencedor irá, portanto, atacar os porcos da ninhada do derrotado. Como resultado os leitões pertencentes à mesma ninhada tendem a atingir o mesmo estado de dominância dentro de um parque, o qual não significa que ninhadas mais numerosas tenham maiores possibilidades de aceder a posições dominantes relativamente aquelas constituídas por um único porcdo.

Crê-se, geralmente, que o facto de homogeneizar os grupos no momento da introdução nos parques, determina uma maior uniformidade quando chega o momento de irem para o matadouro, contudo, estudos demonstraram que a variação de peso é parecida em grupos que foram uniformes ou heterogéneos no início da fase de engorda; outros estudos revelaram que a taxa de crescimento de porcos membros de grupos heterogéneos é igual ou superior ao de porcos em grupos uniformes. A agressão pós-agrupamento é inclusive menor em grupos heterogéneos ou não se vê influenciada pela variação do peso dos porcos. Apresentou-se a hipótese de que em grupos os porcos talvez sejam mais estáveis quando há una clara diferença de peso.

Como reduzir a agressividade entre os sujeitos no momento de agrupar estes animais?
A diferença dos locais destinados às porcas, a área dedicada aos porcos/leitões é por costume mais extensa, dado que, a diferença das reprodutoras, o seu peso aumentará com o tempo. Pelo menos nas fases iniciais, o espaço de fuga deveria estar assegurado nos parques destinados a grupos grandes, já que nas todavia muito difundidas celas de 8-12 animais a planificação de obstáculos e esconderijos resulta impensável.

Nos parques de grandes dimensões (30-40 animais) é possível respeitar facilmente as prescrições legislativas tomando uma ideia das obras da estrada. As famosas barreras móveis de plástico encarnado e branco, escolhidas de um tamanho adequado, facilmente laváveis e desinfectáveis, podem-se colocar dentro dos parques e manterem-se fixas ao serem cheias com água..

Igualmente importante para o estabelecimento de uma hierarquia estável é o fornecimento de alimento e a qualidade do ambiente envolvente que hospedará os animais. Na fase de desmame o alimento é fornecido ad libitum ou numa quantidade suficiente para reduzir a competição entre os indivíduos, contudo, nas fases de engorda e acabamento, para reduzir a gordura da carcaça, limita-se a quantidade. Quando o alimento está racionado, a competição social influi principalmente na produtividade tal como influi a disponibilidade de espaço no comedouro.

Alguns estudos indicam que a redução de espaço no comedouro diminui a ingestão diária e a taxa de crescimento. Tentativas de melhorar o crescimento com dietas mais nutritivas não determinaram resultados mais favoráveis, contudo bastantes porcos continuam a limitar a sua ingestão energética e proteica. Estes resultados sugerem que a redução da ingestão está mais influenciada por uma alteração metabólica induzida pelo stréss do que pelas restrições alimentares. A presença de zonas para se esconderem no momento do agrupamento reduz as agressões e melhora mais rapidamente o crescimento.

No que ao ambiente envolvente se refere, deverá prestar-se particular atenção à temperatura e à zona de descanso, que tem que estar disponível ao mesmo tempo para todos os animais. A disponibilidade de objectos para o entretenimento como bolas, cordas, borracha, não tem uma influência positiva sobre a redução das lutas, tal como se pode afirmar em reelação à palha utilizada como cama. O grau e a intensidade da luta também são afectados pela intensidade lumínica e pelo momento do dia em que os animais são agrupados: é aconselhável dar a mínima luz permitida pela normativa vigente ou efectuar as mudanças durante as últimas horas do dia.

Paolo Candotti. Istituto Zooprofilattico della Lombardia e dell’Emilia Romagna. Itália

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