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Perspectivas bianuais da FAO sobre grãos e oleaginosas

A FAO espera que a produção global de grãos e oleaginosas em 2020 chegue a níveis recordes.

Fonte: FAO.

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20 Novembro 2020
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A produção e o comércio mundial de grãos aumentarão

A previsão para a produção mundial de grãos em 2020 aponta para um aumento de 2,4% em relação a 2019, atingindo o recorde de 1.478 milhões de t. A produção de milho deve aumentar 1,9% para um recorde de 1,16 mil milhão de toneladas, impulsionada em grande parte pelas expectativas de grandes picos de produção nos Estados Unidos e África do Sul, bem como colheitas recordes na Argentina e no Brasil.

A utilização total de grãos está a dirigir-se para um novo pico em 2020/21, previsto em 2.745 milhões de t, 2,6% a mais do que em 2019/20. É esperado que o uso de milho para rações aumente 1,6%, devido à forte previsão de procura na Argentina, Brasil e China. É esperado um crescimento de 3,6% no uso de cevada para rações, enquanto o forte crescimento no uso de sorgo para rações na China, causado pelos altos preços domésticos do milho, deve aumentar o uso global de sorgo para rações em quase 16%.

É provável que os inventários globais em 2020/21 caiam ligeiramente, 0,2% abaixo dos seus níveis iniciais. Espera-se uma queda de 2,5% nos stocks mundiais de milho, como resultado de grandes reduções nos stocks de milho da China e, em menor medida, da UE.

É esperado que o comércio mundial de grãos em 2020/21 (Julho/Junho) aumente 4,7% interanual. Um aumento significativo nas compras de milho pela China, devido à maior procura por ração e preços internos mais altos, bem como um aumento nas importações da UE após uma colheita reduzida, poderão impulsionar o comércio de milho em 3,7%. Além disso, um aumento nas importações de sorgo pela China impulsionará o comércio mundial de sorgo, enquanto as expectativas de maior procura de importação de cevada na UE e em Marrocos impulsionarão o comércio global de cevada.

A produção de oleaginosas alcançará novo record

As previsões preliminares para a temporada 2020/21 apontam para tensões entre a oferta e a procura de oleaginosas e derivados. Após registar uma marcada diminuição em 2019/20, espera-se que a produção mundial de oleaginosas alcance um novo record em 2020/21, apoiada por um aumento pronunciado na produção de soja. Nos Estados Unidos, a produção de soja será recuperada em força, enquanto que no Brasil prevê-se que umas margens de produção excepcionalmente atraentes estimulem as plantações. Por outro lado, a produção mundial de sementes de girassol poderá cair ao nível mais baixo em três anos devido às más condições climáticas na região do Mar Negro, enquanto que a produção mundial de colza pode continuar baixa devido a uma terceira diminuição consecutiva da produção na UE. Quanto ao óleo de palma, espera-se que a produção mundial reate o seu crescimento em 2020/21, depois da diminuição excepcional de 2019/20 causada, entre outras coisas, pela escassez de trabalhadores emigrantes nos principais países produtores devido à pandemia de COVID-19.

Fonte: FAO.

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Quanto à procura, em 2020/21 espera-se que o consumo global de óleos e gorduras retome o crescimento, após a estagnação devida ao COVID-19 nos sectores alimentar e não alimentar em 2019/20. No caso de farinhas / bagaços, seu uso global deverá aumentar modestamente pela segunda temporada consecutiva, já que a procura global por ração continua a recuperar dos efeitos dos surtos de Peste Suína Africana na Ásia. O comércio mundial de produtos oleaginosos deverá crescer a taxas abaixo da média. De acordo com as projecções actuais, o uso global de óleos e farinhas deverá ultrapassar ligeiramente a produção mundial, levando a novas reduções nos inventários nacionais em 2020/21, enquanto a relação existências - uso global de produtos oleaginosos cairá abaixo dos níveis observados em 2019/20.

Os preços internacionais, tanto de oleaginosas quanto de seus derivados, aumentaram notavelmente nos últimos meses. Olhando para o futuro, os preços das sementes oleaginosas deverão ser influenciados pela evolução da situação do COVID-19, bem como pelas condições climáticas na América do Sul e no Sudeste Asiático (em particular no que diz respeito à iminente La Niña), pelas políticas de comércio internacional, preços do óleo mineral e a direcção dos programas nacionais de biodiesel.

FAO. 2020. Perspectivas alimentares - Relatório semestral sobre os mercados mundiais de alimentos - Novembro de 2020. Roma.
https://doi.org/10.4060/cb1993en

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