Leia este artigo em: Economia

Actualização das projecções mundiais para o sector suinícola segundo o USDA

A entidade melhora as suas projecções quanto à produção, já que se prevê que a oferta interna da China continuará a recuperar. Por outro lado, os fluxos de comércio internacional descem devido a uma menor procura de importações da Ásia e devido à queda da produção e dos efectivos dos maiores países produtores.

Estimativas Globais

De acordo com as últimas estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicadas no passado dia 12 de Julho, a produção mundial de carne de porco para 2022, irá situar-se em 110,7 milhões de toneladas (Mt), cifra que representa um aumento de 2,9% em relação a 2021 (107,6 Mt) e que é 0,2% superior aos 110,5 Mt que se tinham projectado no relatório de Abril. O anterior estaria explicado, em grande medida, pelo aumento da produção na China, a qual se estima em 51,8 Mt e que significa um aumento de 9,1% em relação a 2021 (47,5 Mt) e que está 1,6% acima da estimativa do passado mês de Abril (51 Mt).

Fonte: FAS,USDA.12 de Julho de 2022. Cálculos: Departamento de Economia e Inteligência de Mercados 333 LATAM. Variações % em relação a 2021. Dados em Milhões de toneladas

Em relação ao comércio internacional, temos que as exportações globais decresceriam 13,4% em relação a 2021, passando de 12,2 para 10,6 Mt respectivamente. Este resultado obedeceria à diminuição das exportações dos grandes países produtores como a União Europeia (-23,8%), os Estados Unidos (-6,4%), o Canadá (-5,3%) e o Brasil (-5,4%), que estará muito relacionada com a descida das suas produções e efectivo suinícola.

Assim, estima-se uma descida nas importações, as quais atingiriam um volume de 9,7 Mt em 2022, que representa uma redução de 16,2% em relação a 2021 (11,6 Mt). Sem dúvida que o aumento da produção e a forte diminuição da procura por produto importado por parte da China continua a desestimular os fluxos de comércio da carne de porco a nível mundial. Com efeito, estima-se uma queda de 50,3% no volume de importações do gigante asiático em relação ao ano anterior, passando de 4,3 para 2,2 Mt respectivamente.

Finalmente, o consumo aparente crescerá 2,5%, ao passar de 107,1 para 109,8 Mt, sendo a Ásia (3,5%) e a América Latina (3,4%) os continentes que apresentarão os maiores aumentos neste indicador.

Estimativas por Continentes

A Ásia aumentará a sua produção 8,1%, atingindo 59,2 Mt, isto devido ao aumento da oferta interna da China e do Vietname. Por outro lado, projecta-se uma diminuição no volume de importações de 28,1%, o qual se situará em 5,5 Mt.

Para a América Latina, estima-se um aumento na produção (0,4%) e nas importações (6,2%), enquanto que as exportações se reduzirão 6%.

Quanto ao total da América, temos que a produção decrescerá 1,2% em relação a 2021, atingindo os 22,2 Mt. Assim, as exportações cairão 6,1% e as importações crescerão 9,5%. Vale a pena clarificar que a descida da produção será definida pelos Estados Unidos (-1,9%) e pelo Canadá (-2,6%).

A Europa terá uma redução na produção (-3.8%) com um total de 28,4 Mt. Assim, espera-se uma redução nas exportações na ordem de 22,9%, as quais atingirão os 4,2 Mt.

A África e a Oceânia aumentarão em todos os seus indicadores, ainda que os seus volumes não sejam muito representativos em comparação aos demais continentes.

Departamento de Economia e Inteligência de Mercados 333 América Latina, a partir de dados do USDA. Estados Unidos.https://apps.fas.usda.gov/