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Valorizamos as primíparas como deveríamos? O desenvolvimento da substituição é a chave para o sucesso

Para ter um bom rendimento das reprodutoras, produtores e veterinários devem preparar adequadamente os animais de reposição e investir de acordo. Dr. Clayton Johnson de Carthage Veterinary Services partilha algumas dicas sobre o desenvolvimento produtivo de animais de reposição.

As futuras reprodutoras podem ter os melhores resultados reprodutivos na exploração em termos de concepção e taxas de parto. Para isso, tudo deve funcionar correctamente: o estado de saúde, o desenvolvimento físico e a preparação reprodutiva das nossas primíparas .

Alojamento e maneio das primíparas

A situação ideal seria colocar as futuras reprodutoras com três semanas numa instalação de quarentena onde os animais permaneceriam por um período mínimo de quatro semanas, mas é muito comum encontrar produtores que trabalham com quarentena para abrigar dois lotes de primíparas, pelo que permanecem por cerca de oito semanas. Em seguida, são colocadas num pavilhão de desenvolvimento de futuras reprodutoras que, em muitas exploração, não é senão um pavilhão de engorda com parques de diferentes tamanhos e diferentes tipos de comedouros. Os animais avançam pelo pavilhão à medida que as mais jovens entram. Às 21 semanas de idade, as futuras reprodutoras passam pelo processo de selecção. Os animais que não cumprem os critérios exigidos são abatidos e as futuras reprodutoras seleccionadas passam para a fase de exposição ao varrasco.

Identificação: É recomendável a colocação de um brinco nas futuras reprodutoras desmamadas que indique a sua semana de nascimento, para que a sua idade seja facilmente conhecida ao longo da vida, uma vez que a idade é um elemento crítico para o fluxo das futuras reprodutoras e para a tomada de decisões sobre o futuro de cada fêmea. As marcações de idade também ajudam a garantir que as amostras para monitorização sejam retiradas das faixas etárias corretas. Os animais de raça pura receberão uma identificação individual para traçar a sua linha e as fêmeas seleccionadas como futuras reprodutoras receberão um brinco individual no momento da selecção.

Espaço: As futuras reprodutoras são um pouco como peixinhos de aquário e crescem de acordo com o espaço disponível. O espaço disponível considerando o tamanho dos animais em cada etapa é um factor chave, tendo em consideração também o espaço do comedouro e dos bebedouros.

Tipo de pavimento: Alguns produtores abrigam futuras reprodutoras em pisos de plástico nas instalações de quarentena, o que pode causar alguns problemas futuros. As porcas podem ter problemas ao passar do piso de plástico para as ripas de cimento, ao passar da quarentena para o pavilhão de crescimento, um período crítico quando os animais já estão expostos a outros desafios, pelo que não queremos que os animais não tenham problemas adicionais. Além disso, pisos de plástico em instalações de quarentena podem limitar a capacidade de introduzir animais mais velhos, o que pode ser uma opção interessante em algumas circunstâncias.

Devemos estar muito atentos à saúde das unhas, pois pode ter um efeito muito negativo na taxa de retenção de reprodutoras.

A ventilação tem essencialmente os mesmos parâmetros que os estabelecidos para um porco comercial. É necessária ventilação mínima para garantir que a humidade e os gases sejam eliminados. Quando se trata de desenvolvimento de futuras reprodutoras, um problema de ventilação que gera excesso de amoníaco pode ter um efeito negativo nos receptores olfativos, afectando a resposta das porcas durante a exposição aos machos. Se a capacidade da fêmea de detectar feromonas masculinas for afectada, isso pode afectar a sua capacidade de mostrar sinais de cio e, como resultado, haverá um efeito negativo na capacidade de detectar o estro.

Treino das futuras reprodutoras: se existe tecnologia na exploração, como as máquinas de alimentação electrónica (ESF), é importante tentarmos treinar as fêmeas quando são animais jovens e mais curiosos, pelo que é essencial que existam as mesmas tecnologias e máquinas na área de desenvolvimento de futuras reprodutoras como portões, bebedouros ou outra tecnologia que será usada mais tarde, para os animais interagirem e aprenderem a usar enquanto são jovens. Treinar animais mais velhos é mais difícil, pois podem relutar bastante em passar pelas máquinas. Se as futuras reprodutoras não forem treinadas, isso pode afectar sua ingestão de ração e poderão perder peso num momento crítico pouco antes da primeira cobrição, afectando o rendimento reprodutivo. Empurrar leitões relutantes para as máquinas é uma tarefa trabalhosa, pode ser difícil, mas vale a pena. É necessário valorizar correctamente as fêmeas e dotá-las dos recursos adequados.

É necessário envolvimento para assegurar que as instalações estão projectadas e equipadas para facilitar o treino das futuras reprodutoras.

Como sabemos que estamos a fazer um bom trabalho de preparação?

Devem ser verificados os dados para saber se estamos no caminho correcto.

Dados produtivos:

  • % de mortalidade durante o desenvolvimento da substituição.
  • Velocidade de crescimento: as futuras reprodutoras devem ter uma taxa de crescimento que lhes permita alcançar o peso adequado no momento adequado para ser inseminadas. O nosso valor de referência é um Ganho Médio Diário de 675 g/dia (1,5 libras/dia) desde o desmame até à selecção (com 20 semanas de idade aproximadamente).

Dados Reprodutivos:

  • % de nulíparas que entram em cio às 30 semanas de idade: esta idade deve ser ajustada tendo em conta a genética. Se vemos um valor de 90%, podemos estar bastante satisfeitos de que não há nenhum entrave na sua vida reprodutiva. Este objectivo pode parecer alto, mas é ancançável e as melhores explorações alcançam cerca de 95%.
  • Número de primíparas inseminadas semanalmente: queremos ter um número constante de primíparas cobertas. O objectivo é ter 1% do total como número de primíparas cobertas semanalmente. Para uma exploração de 5.000 porcas, isto significará 50 primíparas inseminadas semanalmente.
  • Taxa de concepção das primíparas: é esperado que tenham a melhor taxa de concepção relativamente a qualquer outra paridade na exploração e isto é muito importante já que vamos cobrir mais primíparas em percentagem que fêmeas em qualquer outra fase do ciclo. As primíparas deverão ser animais muito férteis. Em explorações sem problemática sanitária, devia ser esperada uma taxa de concepção de 93-94% nessas primíparas.

Pode ser observada uma certa sazonalidade nessa taxa de concepção, mas muitas vezes deve-se às nossas próprias decisões. Às vezes, durante o Verão e início do Outono, há problemas com porcas a entrar em cio e é esperada uma taxa de concepção mais baixa em todos os partos. Algumas explorações cobrem reprodutoras abaixo do ideal, que em outra época do ano não o fariam, com a ideia de garantir o objectivo semanal de cobrição durante esses meses difíceis. Nessas situações, devemos avaliar especificamente a taxa de concepção das porcas na primeira cobrição. Se houver redução da concepção em fêmeas devido à sua cobrição abaixo do ideal, o problema decorre de decisões de maneio.

Para atingir esses objectivos, deve estar tudo a funcionar bem na população de primíparas, incluindo saúde e preparação reprodutiva, bem como exposição diária consistente ao varrasco na idade adequada, juntamente com detecção de cio adequada.

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