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Sazonalidade nos resultados das cobrições: uma revisão

Cada exploração deveria analisar o seu histórico de dados para quantificar o efeito da sazonalidade na sua taxa de partos e na sua prolificidade.

É sabido que, em maior ou menor grau, a produção suína tem uma componente sazonal, apresentando uma menor eficiência em algumas fases, principalmente na gestação, que ocorre durante o Verão e Outono. Esta descida está relacionada tanto com as temperaturas elevadas como com a diminuição do fotoperíodo, e são uma reminiscência da adaptação às condições sazonais do parente selvagem do porco, o javali.

De seguida, será feita uma revisão desse efeito sazonal nas cobrições, analisando o banco de dados PigCHAMP Pro Europa, com um total de 241 explorações e 290 mil porcas produtivas. Praticamente todas as explorações estão localizadas no sul da Europa (principalmente Espanha, mas também Portugal e Itália), portanto com padrões climáticos muito semelhantes. Os trimestres serão usados ​​como uma unidade temporária.

Se a taxa de partos for analisada, é observado que a descida de rendimento se centra fundamentalmente nas cobrições do terceiro trimestre, ou seja, nos meses de Verão, com médias de taxas de partos à volta de 3 pontos percentuais abaixo do resto dos meses. As cobrições de Outono têm resultados muito semelhantes às de Inverno e Primavera.

Gráfico 1. Tasa de partos por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 1. Tasa de partos por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Em paralelo à taxa de partos, a prolificidade, dentro da tendência crescente dos últimos anos, mostra de novo descidas nas cobrições correspondentes ao Outono. Portanto, a sazonalidade afecta tanto a manutenção da gestação como o total de fetos finalmente implantados ao dia 35 de gestação.

Gráfico 2. Prolificidad por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 2. Prolificidad por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

No entanto, ao nível dos resultados ao parto, a distribuição não é tão evidente, a evolução é mais irregular, sem um claro padrão sazonal. Os nascidos mortos são fundamentalmente influenciados pelas condições e pelo maneio no momento do parto e os mumificados não apresentam nenhum efeito evidente da sazonalidade.

Gráfico 3. Porcentajes de nacidos muertos y momificados por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 3. Porcentajes de nacidos muertos y momificados por trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Repartindo por número de ciclo, aprecia-se que:

  • quanto à taxa de partos, não há diferenças apreciáveis, em todos os ciclos se produz uma descida nas cobrições do terceiro trimestre;
  • no entanto, na prolificidade observa-se que nas porcas nulíparas não há descida de rendimento nas cobrições de Verão, portanto nas nulíparas o efeito sazonal afecta apenas a taxa de partos, ao passo que nas multíparas afecta também a prolificidade.
Gráfico 4. Tasa de partos por ciclo y trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 4. Tasa de partos por ciclo y trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 5. Prolificidad por ciclo y trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Gráfico 5. Prolificidad por ciclo y trimestres de cubriciones, cubriciones periodo Julio 16-Junio 20.

Focando-nos nas perdas de gestação, são de seguida analisados os diferentes tipos de perdas: repetições, diagnóstico negativo ou vazia, aborto, morte ou venda. A análise mostra que:

  • a principal causa da diferença de rendimento é o aumento das repetições das porcas que são cobertas durante o Verão.
  • quanto aos abortos, há um ligeiro aumento, ainda que não tão importante como podia ser pensado a priori, 1.7% relativamente a 1.3% do melhor trimestre (cobrições de Inverno). Há que recordar que, por vezes, a este efeito sazonal se denomina “síndrome do aborto outonal”.
  • os diagnósticos negativos e vazias são ligeiramente mais altos no 3º trimestre. Isto seria explicado porque neste periodo tende a haver mais perdas de gestação de porcas que ficaram gestantes durante a inseminação. Algumas destas perdas são detectadas com a passagem do ecógrafo, ou pouco antes da entrada na maternidade se foi uma perda tardia. Neste segundo grupo também foram incluidas porcas abortadas não detectadas.

Gráfico 6. Distribución y % de pérdidas de gestación por tipo de pérdida, cubriciones periodo Julio 2019-Junio 2020.

Gráfico 6. Distribución y % de pérdidas de gestación por tipo de pérdida, cubriciones periodo Julio 2019-Junio 2020.

Dado que a principal diferença é encontrada nas repetições, serão desagrupadas. Nas cobrições de Verão, o intervalo médio das repetições é maior, 37.4 dias contra médias abaixo de 36 dias no resto. Este aumento é devido a maiores % de repetições acíclicas e tardias, o que está de acordo com o anteriormente comentado, de uma maior % de perdas de gestação porcas que ficaram gestantes na inseminação.

Tabela 1. Distribuição e intervalo médio de repetições por trimestres, cobrições periodo Julho 19-Junho 20.

3º 2019 4º 2019 1º 2020 2º 2020
Repetição precoce (%) 3,3 4,3 5,5 4,0
Repetição cíclica (%) 53,7 54,3 55,2 56,1
Repetição acíclica (%) 22,8 21,5 21,6 21,2
Repetição tardia (%) 20,2 19,9 17,7 18,7
Intervalo repetições (dias) 37,4 36,7 35,0 35,6

Gráfico 7. Distribución e intervalo medio de repeticiones por trimestres, cubriciones periodo Julio 19-Junio 20.

Gráfico 7. Distribución e intervalo medio de repeticiones por trimestres, cubriciones periodo Julio 19-Junio 20.

Como resumo, podemos afirmar que, nos países do Sul da Europa, a sazonalidade está muito ligada às altas temperaturas, portanto focada nos meses de Verão. As cobrições deste periodo darão lugar a menos partos e além disso menos leitões nascidos vivos por parto, o que se traduz em menos leitões disponíveis por banda. Para evitar estas oscilações, a nível de exploração deveria ser, nos meses de Verão, aumentar o nº objectivo de cobrições por banda. A % deste aumento depende muito de cada caso individual, ou seja, cada exploração deveria analisar o seu histórico de dados para quantificar o efeito da sazonalidade na sua produção.

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