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Restrições de Água

O objectivo da gestão dos bebedouros é fornecer água a um ritmo que satisfaça a sede dos porcos sem limitar a ingesta por haver um caudal demasiado baixo nem tampouco produzir um maior desperdíc...


O objectivo da gestão dos bebedouros é fornecer água a um ritmo que satisfaça a sede dos porcos sem limitar a ingesta por haver um caudal demasiado baixo nem tampouco produzir um maior desperdício por o caudal ser mais rápido do que o porco consiga ingerir. Li e Gonyou (2000) publicaram que a velocidade de bebida dos porcos de engorda-acabamento que utilizam bebedouros de chupeta oscilava entre 594 ml/min (quando o fluxo era de 650 ml/min) e 1.422 ml/min (quando o fluxo era de 2.080 ml/min). Em geral, recomenda-se que os bebedouros para porcos de engorda-acabamento se ajustem para fornecer 750 – 1.000 ml por minuto.



Foto 1. Bebedouro típico de “concha” com controlador do fluxo de diafragma.

É interessante destacar que os novos bebedouros de concha, cada vez mais frequentes nas explorações de produção norte-americanas, que utilizam um mecanismo de diafragma para manter um nível de água relativamente pouco profundo na concha (frequentemente de 30-45 cm de comprido por 15-30 cm de largura), desvinculam o ritmo de bebida dos porcos da capacidade do dispositivo para fornecer água a um ritmo igual ou maior que o de bebida. Isto deve-se a que a concha de bebida serve como depósito de água dentro do parque (foto 1).


Restrições da canalização de água

À medida que as exploraciones de engorda-acabamento têm crescido em tamanho, geralmente não se tem tido em conta os problemas de fornecimento de agua. Nos EUA as canalizações de água nas instalações suínas que se ligam aos bebedouros são quase sempre de 19 mm de DI (diâmetro interno). Isto é assim quer haja 200 porcos a beber dos dispositivos ligados aos canos de fornecimento de água quer haja 1.600 porcos a beber.

O Serviço de planificação do Médio-Oeste (1997) recomenda que as canalizações de fornecimento de água se adaptem à velocidade de 1,2 m por segundo. Se aplicamos este dimensionamento aos canos de água de bebida, alcançamos a seguinte capacidade:

3,1416 x R2 x 1,2 m/seg x 60 seg/min x 0,001 litros/mm3

onde R é o raio (em mm) do tubo.

Para um tubo de 19 mm de DI, a equação seria:

3,1416 x 9,5 mm x 9,5 mm x 1,2 m/seg x 60 seg/min x 0,001 l/mm2 = 20 litros/min

Assim pois, a instalação dos canos de fornecimento de água tem as seguintes capacidades de fluxo:

13 mm DI
10 litros/min
19 mm DI 20 litros/min
25 mm DI 35 litros/min

Se utilizamos um ritmo de bebida de 1 l/minuto (Li e Gonyou, 2000), podemos observar que cada porco que esteja a beber ao mismo tempo numa via de fornecimento de água deve receber aproximadamente 1 litro por minuto. Isto significa que a típica canalização de água de 19 mm de uma exploração de engorda-acabamento tem uma capacidade para 22 bebedouros no máximo. Se se instalam mais bebedouros existe a possibilidade de que um ou mais tenham um fluxo parcialmente limitado.



Foto 2. Medicador de água (capacidade de 26 litros por minuto) ligado à canalização de água de 19 mm com mangueiras de máquina de lavar de 13 mm.
Uma restrição habitual à disponibilidade de água é a ligação incorrecta de dosificadores de medicamentos aos canos de água. Enquanto que muitos dosificadores têm capacidades de até 27 litros por minuto, não é raro ligá-los aos canos de fornecimento de água de bebida com uma mangueira de máquina de lavar de 13 mm. Este tipo de ligações implica que o limite do fornecimento de água de bebida é o limite do fluxo da mangueira de ligação. Em alguns casos, as restrições produzidas pelas ligações são de até 9,5 mm, o que significa que o fluxo fica limitado a 5,3 litros por minuto (foto 2).

Nos EUA, quase nenhuma exploração de produção utiliza depósitos elevados para o fornecimento de água. Os sistemas utilizam uma pressão elevada (250 – 500 kPa) para fornecer água à exploração, quer seja de um poço, de um depósito de água superficial ou de origem municipal. Uma restrição que frequentemente se passa por alto nestes sistemas de fornecimento de água de alta pressão é a instalação de um regulador de pressão. Os fabricantes de comedouros húmido/seco frequentemente recomendam reduções da pressão a 70 kPa enquanto que outros bebedouros se instalam com pressões de 140 kPa. A finalidade destas pressões mais baixas é reducir o esforço que o porco necessita fazer para activar os dispositivos de fornecimento, tornando menos provável o desperdicio.

Contudo, as mudanças na pressão alteram o fluxo. A fórmula para calcular o efeito de um mudança na pressão sobre o fluxo é a seguinte:

√(P1/ P2)

onde P1 é a nova pressão e P2 é a pressão original

Assim, se a pressão de fornecimento à exploração é de 280 kPa e o redutor de pressão se fixa em 140 kPa, o fluxo resultante é 71% do que havia a 280 kPa. A 70 kPa com uma pressão de fornecimento de 280 kPa, o fluxo é de 50%. Pelo contrário, se se duplica a pressão (de 170 kPa para 280 kPa), o fluxo aumenta só 41%, supondo que não há outras limitações para o fluxo no sistema de fornecimento (foto 3).


Foto 3. Redutor de pressão na linha. Ajustado para reduzir a pressão a 70 kPa (10 psi) desde uma pressão de entrada de 280 kPa (40 psi).

Cada vez são mais os produtores que anotam o consumo diário de água de bebida como um indicador da saúde e do bem-estar dos animais. Contudo, os medidores de água supõem, com frequência, uma restrição no fluxo. Ainda que habitualmente se usem os tubos de 19 mm em toda a instalação, muitos dos medidores de água instalados nas explorações de produção nos EUA têm orifícios de 16 mm, o que significa que o medidor de água é o ponto de restrição no fluxo de água.

Uma última restrição, que se encontra frequentemente, são os filtros de água. Estes instalam-se, frequentemente, nas canalizações de fornecimento para reduzir as consequências da sedimentação associadas com o poço ou furo local, etc. Em alguns casos, a localização dos filtros faz com que seja muito difícil a sua lavagem ou limpeza rotineira, enquanto que noutros, não está planificada ou não se tem uma rotina de manutenção regular.

Mike Brumm. Universidade de Nebraska. EUA

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