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Ligeira subida da cotação em Portugal num mercado calmo

A primeira quinzena de Julho pautou-se pela estabilidade no mercado, apesar de ter havido uma ligeiríssima subida da cotação na Bolsa do Porco de apenas 0,01€/kg carcaça.

matadouro
matadouro

12 de Julho de 2019

A primeira quinzena de Julho pautou-se pela estabilidade no mercado, apesar de ter havido uma ligeiríssima subida da cotação na Bolsa do Porco de apenas 0,01€/kg carcaça. Os pesos mantêm-se estáveis o que é demonstrativo do equilíbrio entre a oferta e a procura. Por outro lado, o ritmo de crescimento dos porcos é bom porque ainda não houve grandes ondas de calor que atrasam sempre os seus crescimentos.

Contrariamente ao que acontece em Portugal, o calor tem sido muito no país vizinho e isso tem limitado o crescimento dos porcos, reduzindo a sua oferta para abate e isto reflectiu-se no peso, que baixou quase 900 gramas em carcaça. Alem disso, o peso vivo baixou 1,9kg. Grandes reduções de peso significam menos oferta de porcos para abate e a consequente estabilidade na cotação, enquanto se espera que a China volte a comprar grandes quantidades de carne de porco na U.E. (a informação oficial indica que a redução de efectivo é de 23% em relação a 1 ano atrás).

No que se refere aos abates na Europa, os maiores produtores têm reduzidos fortemente o volume de abates, com excepção da Espanha que os tem aumentado. Assim, em comparação com 2018 e segundo os dados do MPB francês, a variação dos abates no primeiro semestre de 2019 foi a seguinte:

A Alemanha abateu 23672529 de suínos (- 1024716 animais ou -4,15%, a Holanda abateu 7478000 cabeças (-79000 animais ou -1,05%), a Dinamarca abateu 7390972 cabeças (-591507 cabeças ou -7,02%). Os dados da Espanha são referentes a 4 meses apenas e apresentam um volume de abates de 18404503 cabeças (+617835 cabeças ou +3,47%). No conjunto, a Alemanha, a Dinamarca e a Holanda reduziram 4,22% o seu volume de abates.

Entretanto, e chegados ao final do primeiro semestre do ano, o balanço em termos de cotação dos porcos é francamente positivo, senão vejamos a variação das cotações em comparação com o primeiro semestre de 2018:

A Holanda em 2019 tem uma cotação de 1,615€/kg carcaça, +14,35€ (2018 foi de 1,412); a Dinamarca em 2019 tem uma cotação de 1,308€/kg carcaça, +9,71% (2018 foi de 1,192€); a Alemanha em 2019 tem uma cotação de 1,594€/kg carcaça, +12,5% (2018 foi de 1,422€); a Espanha em 2019 tem uma cotação de 1,253€/kg PV, +11,01% (2018 foi de 1,129€); a França em 2019 tem uma cotação de 1,333€/kg carcaça, +12,77% (2018 foi de 1,182 €).

O mercado europeu espera, com alguma ansiedade, que a China regresse ao mercado para comprar grandes volumes de carne que lhe irão faltar no mercado interno. Mas enquanto isto não acontece, o mercado vai-se mantendo na expectativa e estável, até porque nos países do Norte da Europa é usual, nesta altura do ano, as cotações descerem devido à saída de consumidores que passam férias fora dos seus países, e estas têm-se mantido, apesar do mercado interno da carne de porco estar “pesado” e com dificuldades de escoamento.

A somar à dificuldade de escoamento interno de carne, há a proibição das Filipinas em permitir entrada de carne de porco de alguns países europeus vizinhos da Bélgica (Alemanha, Holanda, França) devido ao risco de introduzirem a PSA no seu país. Pela primeira vez, um país proíbe a importação de carne originária de outros países que não tiverem quaisquer focos de Peste mas que são vizinhos de um país que tem.

Em relação à China, a cotação dos porcos tem subido de forma muito significativa (em Junho subiu 11%, após ter subido 18% em Março), apesar de alguma redução de consumo já que os chineses têm algum receio que a PSA se transmita aos humanos. Receio verdadeiramente infundado, mas que afecta o consumo.

Em Espanha a cotação subiu 0,005€/kg PV (+0,006€/kg carcaça) passando a cotação para 1,456€/kg (1,941€/kg carcaça) na primeira quinzena de Julho. Como vimos acima, os pesos baixaram com algum significado e, com o calor que se tem feito sentir, estes deverão continuar a descer nas próximas semanas. Apesar desta forte descida dos pesos, eles encontram-se 700g acima do peso do ano passado.

Na Alemanha, a cotação manteve-se em 1,83€/kg carcaça, tendo baixado 500g o peso, passando para 95,9kg. A oferta de porcos é baixa mas suficiente para as necessidades dos matadouros. Há dificuldade em vender a carne de porco e em conseguir valorizar esta carne a preços que permitam que os matadouros tenham margem. Por outro lado, veremos que impactos terá, no mercado europeu, a proibição filipina de importação de carne alemã.

Na Holanda a cotação manteve-se em 1,86€/kg carcaça. O mercado da carne está a limitar a possibilidade da subida da cotação dos porcos, mesmo considerando que a oferta de animais para abate é reduzida.

Na Bélgica a cotação desceu 0,05€/kg PV para 1,20€/kg PV. Esta descida acontece em função da dificuldade na venda de carne e os matadouros pressionaram a descida de preço para poderem ter maior competitividade no mercado.

A Dinamarca também manteve a sua cotação em 1,58€/kg, apesar de haver grande pressão por parte dos compradores de carne em fazer baixar a cotação dos porcos de forma a poderem ser mais competitivos no mercado internacional da carne.

Em França a cotação subiu 0,008€/kg carcaça ficando em 1,533/kg carcaça. Os pesos baixaram fortemente 870g para os 94,30 e estão 600g acima do peso da mesma semana de 2018. A oferta de porcos é bastante limitada, mas continua a ser suficiente para fazer face às necessidades dos matadouros, apesar da descida dos pesos.

O mercado esta numa fase de expectativa face às proibições de importação à carne de porco canadiana por parte da China e da alemã por parte da Filipinas. A carne que estes países necessitam será colocada por outros países, e a carne canadiana e alemã terá de entrar noutros mercados a preços mais reduzidos. A influência desta ligeira turbulência no mercado mundial da carne de porco ver-se-á nas próximas semanas.

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