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INTERPIG: Aumento dos custos da produção suína em todos os países

Em 2021, os resultados económicos obtidos pelos suinicultores reduziram-se devido ao aumento dos custos de produção (+14,9% de média) enquanto que os preços recebidos caíram em toda a Europa, excepto em Itália. Os resultados foram negativos em 12 dos países em comparação com apenas 5 em 2020.

21 Dezembro 2022
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O relatório do grupo internacional de peritos em economia do sector suinícola, InterPIG, comparou os custos da produção suína de 2021 em 18 países. Em 2021, estes custos, expressos em euros, variaram em quase 1 euro/kg carcaça entre o Centro-Oeste do Brasil e Itália, mostrando a diversidade de situações. Enquanto que a Itália, como em certos países do Norte da Europa, se fazem produtos diferenciados (porcos mais pesados, animais criados em liberdade...), os países do outro lado do Atlântico produzem porcos mais baratos com custos de produção mais baixos.

Preço da ração

A crise das matérias-primas iniciada no Outono de 2020, acentuada depois pelo conflito russo-ucraniano, teve um impacto na subida do custo da alimentação suína em todos os países e, portanto, nos custos de produção. Em Itália e Grã-Bretanha foram superados os 2 €/kg de carcaça. A classificação dos países continua a ser a mesma, mas a subida da ração afectou mais os países do outro lado do Atlântico, o que reduz a diferença dos custos de produção com a Europa. A Dinamarca, pela primeira vez desde a criação desta comparação, teve custos mais baixos que o Canadá. Em 2021, a produção de canola canadiana (colza transgénica) foi uma das piores e a produção de trigo também foi má, o que posicionou o país como importador de matérias-primas em tempos de crise. Os países da União Europeia, que são produtores de cereais, estão, em princípio, mais protegidos e a subida de preços ocorreu em menor medida.

Custos de produção

Composição do custo de produção do porco em 2021 em €/kg de carcaça (fonte IFIP através do Interpig)
Composição do custo de produção do porco em 2021 em €/kg de carcaça (fonte IFIP através do Interpig)

As diferenças observadas nos custos de produção explicam-se pelos preços dos factores de produção e pelos rendimentos técnicos das explorações. O custo da alimentação, o mais importante, variou de 0,82 €/kg carcaça na Finlândia, que beneficiou de preços de ração muito baixos, até 1,45 €/kg carcaça em Itália. Consoante o país, em 2021 a alimentação representou entre 50% e 83% do custo total. O peso dos custos não atribuíveis à alimentação depende do custo das instalações, do custo e da produtividade da mão-de-obra e dos vários gastos (reposição, sanidade, água e energia). A variabilidade dos custos do trabalho explica-se pelas diferenças entre países no custo/hora da mão-de-obra (de 2,3 a 27,1 €/h). As variações do custo das novas construções são significativas, desde 2230 €/porca no Canadá até mais de 12000 €/porca na Finlândia e Áustria. A Dinamarca continuou a ser o país mais eficiente em termos de produtividade das porcas com 34 leitões desmamados/porca em produção/ano. O suinicultores em França desmamaram 30,1 leitões/porca, muito próximo dos valores da Alemanha, com 30,2 leitões/porca.

Preços recebidos pelos suinicultores

Evolução do preço recebido e do custo de produção em 2021 relativamente a 2020.
Evolução do preço recebido e do custo de produção em 2021 relativamente a 2020.

Em 2021, os preços recebidos caíram em toda a Europa (14 de 18 países) devido à diminuição das importações da China, à elevada oferta europeia e à propagação da Peste Suína Africana na Alemanha. Combinado com o aumento dos custos de produção, a descida dos preços recebidos afectou os resultados das explorações. Por outro lado, os Estados Unidos e o Canadá, impulsionados ​​por um forte aumento dos preços (em +52 ct e +68 ct, respectivamente), registaram melhores resultados que em 2020. Os mercados da América do Norte tiveram uma queda significativa da oferta de carne de porco em 2021 e os Estados Unidos beneficiaram de uma forte procura interna e externa que beneficiou as exportações canadianas. A nível europeu, a Dinamarca e a Espanha mantiveram resultados positivos (+4 ct e +2 ct respectivamente), enquanto que a Alemanha e a Holanda caíram a pique (-47 ct e -33 ct respectivamente). O resultado para as explorações em França também foi negativo (-12 ct €).

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