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Como habitualmente, no início do ano, pedimos a opinião dos nossos utilizadores sobre o que pensam que será o preço médio da carne de porco para o ano em curso. Neste caso, um total de 734 utilizadores de 72 países participaram com as suas previsões. Apresentamo-las no gráfico seguinte:
Figura 1. Preço médio esperado em 2023: comparação entre as previsões de utilizadores 333 (recolhidas entre 14 de Fevereiro e 19 de Março de 2023) e o preço médio real em 2021 e 2022. Para cada país, o intervalo de respostas é mostrado através da barra laranja, onde estão representados os valores máximo, mínimo e médio. O preço médio real em 2021 e 2022 é indicado por pontos azuis. O número de dados analisados para cada país é indicado entre parênteses.
Ao contrário de outros anos, em que as previsões dos utilizadores europeus eram pessimistas, desta vez são de facto optimistas, com previsões todas acima dos preços já recorde de 2022, como se pode ver nos nossos gráficos de preços na secção de Economia.
A UE está a atravessar um período de mudança na produção suína, com diminuições significativas no número de animais, especialmente nos países da Europa Central. A Alemanha continua incapaz de vender no exterior por causa da PSA. Em Espanha, o principal produtor de suínos, há também falta de animais, mas neste caso deve-se a problemas de saúde causados pela presença de uma estirpe recombinante particularmente virulenta de PRRS que está a causar estragos, com elevadas percentagens de abortos e mortalidades muito elevadas.
A tudo isto acresce o problema global dos preços elevados dos alimentos para animais, que, embora tenham caído nas últimas semanas, ainda se encontram em níveis historicamente elevados (ver secção sobre preços das matérias primas) e do encarecimento da energia, fazendo com que a produção perca a rentabilidade. Mas não pára por aí, a elevada inflação dos preços ao consumidor da carne de porco e também uma tendência para dietas com menos carne estão a reduzir a procura.
Os utilizadores latino-americanos também fizeram previsões acima dos preços actuais, especialmente na Argentina, Colômbia e México.
Em contraste, os países asiáticos, neste caso a China e o Vietname, fizeram previsões em baixa, em linha com a tendência observada desde Outubro, com os preços a continuarem a descer.
Redacção 333.
