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Diagnóstico laboratorial: Peste Suína Clássica (PSC)

Que métodos de diagnóstico laboratorial podem ser usados para diagnosticar a Peste Suína Clássica? Qual deve ser o escolhido dependendo da situação? Como interpretar os resultados?

Testes disponíveis

Reacção em cadeia da polimerase (PCR)

  • Detecta a presença de sequências específicas de ácido nucleico viral (ARN).
  • Tipos de amostras: soro ou tecidos.
  • Prós:
    • Método mais sensível e preferido para detectar o agente.
    • Podem com frequência ser agrupadas amostras para reduzir o custo e minimizar a perda de sensibilidade.
  • Contras:
    • Custo moderado.
    • Requer primers adequados.

Anticorpos fluorescentes (FAT)

  • Detecta a presença de vírus.
  • Tipos de amostras: tecidos, especialmente amígdalas.
  • Prós:
    • Boa sensibilidade.
  • Contras:
    • Não faz distinção entre vacinação e infecção por vírus campo.
      • As vacinas vivas modificadas podem dar lugar a FAT positiva durante aproximadamente 2 semanas.
    • Não é executável para um grande número de amostras.
    • Os resultados dependem da estirpe víral usada no teste.
    • A fiabilidade depende muito da técnica de quem executa.

Imunoperoxidase diferencial usando anticorpos monoclonares (MAbs)

  • Detecta a presença do agente.
  • Tipos de amostras: amígdala ou outro órgão FAT-positivo.
  • Utiliza uma série de três anticorpos monoclonares (MAbs) diferentes para distinguir entre vacinação, infecção por vírus de campo e outros Pestivirus.
  • Prós:
    • Permite distinguir entre vacinação, infecção por vírus de campo e outros Pestivirus.
  • Contras:
    • Custo moderado a alto.
    • Requer uma amostra de tecido FAT positiva.
    • Os resultados dependem dos três MAbs diferentes e um anticorpo policlonal (PAbs) usados no teste.
      • MAbs que reconhecem todas as estirpes virais da PSC.
      • MAbs que reconhecem todas as estirpes vacinais para a PSC usadas nrsse país.
      • MAbs que reconhecem vírus da diarreia bovina (BVD) e da doença da fronteira ou de Border (BD).
      • PAbs que reconhecem PSC.
    • Não executável para um grande número de amostras.
    • A fiabilidade depende muito da técnica de quem executa.

Ensaio por imunoabsorção ligado a enzimas (ELISA)

  • Detecta a presença de anticorpos.
  • Tipos de amostras: soro.
  • Prós:
    • Os animais permanecem positivos durante várias semanas.
    • Pode ser usado em casos crónicos.
    • Pode ser usado para diferenciar a exposição ao vírus de campo da vacina com genes deleccionados.
    • Qualquer resultado positivo ao vírus de campo é considerado significativo.
  • Contras:
    • Se possível, deve fazer-se coincidir o ensaio adequado com a delecção de genes apropriada na vacina (geralmente E2).
    • Os animais demoram pelo menos 21 dias em tornar-se seropositivos.
    • Pode dar-se reactividade cruzada com outros Pestivirus.

Neutralização vírica (VN)

  • Detecta a presença de anticorpos.
  • Tipos de amostras: soro.
  • Prós:
    • Os animais permanecem positivos durante várias semanas.
    • Pode ser utilizado em casos crónicos.
    • Maior sensibilidade que ELISA (pode detectar uma menor concentração de anticorpos).
  • Contras:
    • Não é executável para um grande número de amostras.
    • Os animais demoram pelo menos 21 dias em tornar-se seropositivos.
    • Não distingue entre vacinação e infecção por vírus campo.
    • A fiabilidade depende muito da técnica de quem executa.
    • A reactividade depende da estirpe viral utilizada.
    • Pode dar-se reactividade cruzada com outros Pestivirus.

Interpretação de resultados:

PCR

  • Positivo: O vírus de campo ou a estirpe vacinal está presente.
  • Negativo: Negativo ou o vírus não foi detectado se o teste for realizado muito depois da infecção.

FAT

  • Positivo: O vírus de campo ou a estirpe vacinal está presente.
  • Negativo: Negativo ou o vírus não foi detectado se o teste for realizado muito depois da infecção.

Imunoperoxidase com MAbs

  • Positivo: Ver tabela 1.
  • Negativo: Negativo ou o vírus não foi detectado se o teste for realizado muito depois da infecção.

Tabela 1. Interpretação dos resultados do teste da imunoperoxidase diferencial usando anticorpos monoclonarles (MAbs). Fonte: OIE.

Anticorpo policlonal Anticorpo monoclonal específico para Interpretação
Estirpe PSC Estirpe vacinal PPC Estirpe BVD/BD
+ + - -

estirpe de campo de PSC

+ + + - estirpe vacinal de PSC
+ - - + estirpe de BVD/BV
+ - - - Outros vírus não PSC Pestivirus*

* Deve sempre ser tida em conta a existência de novas estirpes de PSC e qualquer isolado de casos suspeitos de PSC deve ser enviado a um laboratório de referência da OIE.

ELISA

  • Positivo: Anticorpos maternais ou exposição anterior (>21 dias) a vacina ou vírus de campo.
  • Negativo: Negativo ou exposição a vacina ou vírus de campo demasiado recente para ser detectada.

A tabela 2 ajuda a demonstrar as capacidades DIVA (diferenciação entre animais infectados de vacinados) de alguns ensaios ELISA quando é utilizada uma vacina com genes deleccionados.

ELISA não diferencial Resultado ELISA-E2 Interpretação
Positivo Positivo Animal exposto a vírus de campo
Positivo Negativo Animal vacinado não exposto a vírus de campo
Negativo Positivo Erro do ensaio, este resultado não é possível
Negativo Negativo Animal não vacinado e não exposto ao vírus de campo

VN

  • Positivo: Anticorpos maternais ou exposição anterior (>21 dias) a vacina ou vírus de campo.
  • Negativo: Negativo ou exposição a vacina ou vírus de campo demasiado recente para ser detectada.

Cenáriso

É importante ter em conta que alguns países podem exigir a aprovação da autoridade competente antes de poder realizar qualquer teste de PSC.

Suspeita de surto agudo de PPC em porcos de qualquer idade e explorações não vacinadas contra a PSC

  • Recolha de sangue de vários animais afectados e análise através de PCR; pode considerar-se agrupar amostras.
  • Recolher baços e amígdalas de porcos mortos e analisar por PCR; pode considerar-se agrupar amostras.
Foto 1. Necropsia de um porco de engorda afectado, de notar as hemorragias nos gânglios faríngeos e bexiga.
Foto 1. Necropsia de um porco de engorda afectado, de notar as hemorragias nos gânglios faríngeos e bexiga.

Suspeita de surto agudo de PPC em porcos de qualquer idade e explorações vacinadas contra a PSC

  • Recolha de sangue de vários animais afectados que não tenham sido vacinados contra a PSC nas últimas 2 semanas e analisar através de PCR; pode considerar-se agrupar amostras.
  • Recolher baços ou tecidos(?) e amígdalas de porcos mortos e analisar por PCR; pode considerar-se agrupar amostras.
    • Se a PCR é positiva, analisar a amostra de tecido através de FAT e imunoperoxidase com MAbs.

Suspeita de circulação crónica de PSC em porcos de qualquer idade sem mortalidade e explorações não vacinadas contra a PSC

  • Recolher sangue de 30 porcos com sinais clínicos (amostragem dirigida) ou seleccionados aleatoriamente (sem sinais clínicos) e analisar através de PCR (pode considerar-se agrupar amostras) e individualmente através de ELISA não diferencial.

Suspeita de circulação crónica de PSC em porcos de qualquer idade sem mortalidade e explorações vacinadas contra a PSC

  • Recolher sangue de 30 porcos (não vacinados nas últimas 2 semanas) com sinais clínicos (amostragem dirigida) ou seleccionados aleatoriamente (sem sinais clínicos) e analisar através de PCR (pode considerar-se agrupar amostras) e individualmente através de ELISA não diferencial e ELISA diferencial E2.

Consulta o "guía de doenças" para mais informação

Peste Suína ClássicaA Peste Suína Clássica, é uma das doenças virais mais importantes nos suínos. É uma doença sistémica e é notificação obrigatória na maioria dos países do mundo.

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