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Aspectos clínicos do PRRS: fases epidémica e endémica

Em zonas de alta densidade suína uma grande parte das explorações estão endemicamente infectadas.Nestas situações o grupo de risco por excelência é o das primíparas.

9 Janeiro 2015
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Artigo

Porcine Reproductive and Respiratory Syndrome (PRRS) with special reference to clinical aspects and diagnosis. A review. G. Nodelijk 2002. Veterinary Quarterly; 24(2): 95-100

Resumo do artigo

O que se estuda?

Este artigo revê os principais aspectos clínicos e de diagnóstico do PRRS, ainda que nos centraremos apenas nos clínicos. A doença tem duas fases claras: epidémica e endémica.

Fase epidémica

Nesta fase o PRRSv caracteriza-se por importantes transtornos reprodutivos durante 1-3 meses. Devido à infecção, as porcas apresentam anorexia, conhecida nalguns casos como "anorexia progressiva". Também podem apresentar sinais respiratórios, febre ou inclusive morrer.

Os típicos problemas reprodutivos observados são: aborto, parto prematuro, maior número de leitões nascidos mortos, morte fetal com ou sem mumificação e mortalidade neonatal. Alguns autores também descreveram cianose das orelhas, abdómen e vulva.

Em leitões desmamados e porcos de engorda, o quadro clínico basicamente consiste em: doença respiratória, aumento da mortalidade e crescimento lento. Frequentemente o PRRSv também se vê agravado por infecções secundárias. As infecções por PRRSv normalmente são dependentes da idade pelo que a gravidade da doença é maior nas baterias do que na engorda, onde podem aparecer formas subclínicas da doença.

Fase endémica

O PRRSv pode persistir nas explorações afectadas durante anos e, actualmente, a maioria dos países produtores encontram-se numa fase endémica da doença. Desde que o PRRSv se tornou endémico é muito comum observar perdas reprodutivas, aumento dos problemas respiratorios e maus resultados produtivos em porcos de engorda.

Existem poucos estudos de campo sobre a evolução endémica da doença, mas considera-se que na maioria dos casos o PRRSv se apresenta numa forma subclínica sem grande influência sobre os parâmetros produtivos. Em porcas não expostas observam-se falhas reprodutivas periódicas.

Em explorações afectadas, os problemas associados a doenças respiratórias, conhecidos como PRDC, observam-se, sobretudo, nas baterias e crescimento. Nestes casos, existe uma incidência de infecções secundárias superior à habitual que resultam na redução da taxa de crescimento e aumento da mortalidade.

Que conclusões se tiram deste trabalho?

Durante a fase epidémica da doença, podemos observar transtornos reprodutivos importantes nas porcas durante um período de 1-3 meses, mas quando o PRRS se torna endémico os efeitos na exploração podem ser, inclusive, subclínicos. Contudo, as porcas não expostas podem apresentar falhas reprodutivas periódicas.

Os leitões e os porcos de engorda infectados com PRRSv apresentam doença respiratória, aumento da mortalidade e crescimento lento. Com frequência o PRRSv vê-se agravado por infecções secundárias, conhecidas como PRDC. Inclusivamente em situações endémicas, existe uma incidência de infecções secundárias superior à habitual que resultam na redução da taxa de crescimento e aumento da mortalidade.

Enric MarcoA visão de campo por Enric Marco

Apesar de que já possamos considerar velho o artigo (mais de 10 anos) a descrição da sintomatologia da infecção epidémica do vírus PRRS continua a ser actual. Inclusivamente a duração do quadro clínico, seja qual fôr a sua gravidade, continua a ter a mesma duração: 1-3 meses.

Hoja as situações epidémicas são, quiçá, menos frequentes, dado que nas zonas de alta densidade suína, a grande maioria das explorações estão endemicamente infectadas. É por este motivo que o que nos deve preocupar nestes casos é a formação de sub-populações negativas que se possam infectar, voltando a gerar novamente quadros clínicos. Quando se dá esta circunstância, os problemas são periódicos, aumentando assim o seu impacto económico e dando verdadeiras dores de cabeça a produtores e técnicos. O grupo de risco por excelência é sempre o grupo das primíparas, ou porque a sua origem é exterior e chegam negativas para assegurar que não se introduzem novas estirpes do vírus PRRS ou, no caso de serem de auto-produção, porque podem chegar a perder a protecção nas fases de crescimento produzindo, no final, o mesmo problema. Este é o motivo pelo qual a imunização destes conjuntos, antes de os introduzir na dinâmica produtiva da exploração, é imprescindível. Para isso, usamos distintas metodologias (contactos com animais virémicos, utilização de vacinas vivas ou inclusivamente sero-infecções) mas sempre procurando o mesmo objectivo: ter primíparas que tenham contactado com o vírus e portanto que tenham desenvolvido defesas recentes, mas que já não sejam excretoras do vírus; este estado é o que permitirá introduzi-las no efectivo sem risco de produzir novas recirculações.

A adaptação das porcas primíparas é um elemento crucial para evitar recirculações do vírus PRRS em explorações positivas e, em consequência, evitar assim a produção de leitões virémicos que são os responsáveis de gerar problemas respiratórios nas fases posteriores. Naturalmente quando falamos de controlar o movimento de vírus no interior de uma exploração infectada convém não nos esquecermos de ter um maneio de lotes rigoroso. Deste modo, quando comecemos a fazer lotes onde não haja animais excretores, estes irão chegar a ser negativos, assim evitaremos a sua infecção e em consequência os prejuízos que a mesma traz. Este maneio em lotes não só deve contemplar a separação física dos mesmos como evitar o contágio entre eles, por exemplo através do uso de agulhas contaminadas.

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