TwitterLinkedinWhatsAppTelegramTelegram
0

Alimentação de porcas gestantes em grupo: solo e tolvas

Neste artigo falaremos de sistemas de alimentação de porcas no solo e em tolvas


No último artigo desta série falaremos de outros sistemas de alojamento e alimentação de porcas em grupo que se estão a utilizar também em Espanha principalmente pela sua simplicidade no momento de os implantar em explorações já existentes e pela sua facilidade de maneio.

Alimentação no solo

Necessidades do sistema
- Recomendado para um tamanho de grupo de entre 10 e 25.

- Se o tamanho da exploração o permitir, é recomendável fazer subgrupos de porcas onde as alojemos de forma separada segundo a idade e o tamanho (porcas jovens, magras, gordas…).
- É necessário dispor de parques de enfermaria onde alojar as porcas problemáticas.

- Deve-se alimentar as porcas uma só vez por dia já que isto diminuirá as agressões devido a que a quantidade de ração a ingerir por porca nessa única toma será maior. A experiência diz-nos que é melhor alimentar as porcas ao meio-dia já que neste momento estas estão mais predispostas a descansar que a brigar.

- Os parques devem ter uma largura mínima (dependendo do número de porcas) para poder distribuír a ração ao longo do mesmo de forma uniforme e diminuir assim a influência das porcas dominantes.

- A zona de alimentação (solo compacto) deve ter uma superfície mínima para evitar o desperdício de ração e os dosificadores devem colocar-se na zona central desta. Esta zona também terá que ter uma inclinação mínima para a zona suja de, pelo menos, 3%.

- As paredes devem ser sólidas na zona de alimentação e ventiladas na zona suja para favorecer a defecação nesta zona.
Pontos a favor
- O ponto a favor mais importante é o baixo custo do sistema.

- Ainda permite adaptar ao bem-estar qualquer tipo de exploração de forma simples.

- Os animais adaptam-se ao sistema com facilidade mas o maneio pode ser complicado.
Pontos contra
- Não temos um controlo individual do consumo de ração e portanto os lotes ficam muito desiguais. Por este nmotivo nalgumas explorações chegaram-se a eliminar entre 10 e 15% de porcas devido à sua condição corporal: porcas muito gordas ou porcas muito magras.

- É muito difícil dispor de espaço suficiente para que todas as porcas comam ao mesmo tempo e portanto o número de lutas costuma ser elevado causando problemas de patas, falhas reprodutivas…

- O desperdício de ração neste sistema é inevitável.


Alimentação no solo de forma manual

Sistema de alimentação com tolvas
Dentro deste sistema devemos distinguir entre as tolvas convencionais já conhecidas por todos e os relativamente novos sistemas de tolvas electrónicas sem chip que trabalham fornecendo pequenas quantidades de ração à porca enquanto esta permaneça no comedouro.

Necessidades do sistema
- Nem todas as tolvas que existem no mercado estão aptas para alimentar porcas portanto devemos ter consciência disso no momento de decidir por este tipo de alimentação.

- Este sistema é adequado em princípio para um tamanho de grupo relativamente pequeno (entre 5 e 12 porcas) contudo o mais importante é ter um adequado rácio de animais por tolva. Algumas explorações consideravelmente grandes estão a experimentar as tolvas electrónicas em grupos de até 40 porcas mas sempre com um rácio máximo de 10-12 porcas por tolva.

- Em tolvas electrónicas é importante regular correctamente a velocidade de queda da ração para conseguir um funcionamento óptimo.

- Estas tolvas regulam-se em função da quantidade desejada de ração por porca e do número total de porcas que devem alimentar. Na prática temos notado que aumentar durante a primeira semana um pouco a quantidade de ração desejado pela porca é benéfico para uma correcta adaptação destas ao parque e ao sistema.

- Em qualquer caso é necessário fazer grupos de porcas homogéneos segundo a sua idade e condição corporal e revê-los periodicamente.

- Como no resto dos sistemas vistos até agora é necessário dispor de parques de enfermaria.
Pontos a favor
- Se utilizamos tolvas convencionais o custo da adaptação será consideravelmente baixo.

- Este custo de adaptação será maior com tolvas electrónicas mas em ambos casos a facilidade de maneio e a velocidade de adaptação das porcas serão pontos a favor muito importantes.

- É um sistema que permite adaptar ao bem-estar qualquer tipo de exploração de forma relativamente simples e na maioria dos casos sem necessidade de diminuir o efectivo de animais.

- Ainda que todavia não haja muitos resultados a esse respeito, parece que os resultados produtivos não são piores com este sistema.

- Algumas experiências práticas dizem-nos que uma das vantagens mais importantes das tolvas electrónicas é a tranquilidade das porcas nos parques uma vez estabelecida a hierarquia inicial.
Pontos contra
- Não podemos ter um controlo individual do consumo de ração nem em tolvas convencionais nem em tolvas electrónicas contudo nestas últimas poderemos ajustar com mais precisão a quantidade desejada para o lote.

- Como consequência disto os lotes ou grupos devem ser muito homogéneos. Em qualquer caso geram-se desigualdades ao longo da gestação pelo que o maneio neste sentido deve ser adequado.

- Em tolvas convencionais o consumo de ração por porca é excessivo e isto, além de supor um sobrecuste, gera problemas de peso a mais em muitas porcas. .


Tolva electrónica

Albert Finestra. Veterinário. Espanha; Javier Lorente Martín. Engenheiro Agrónomo. Espanha

Comentários ao artigo

Este espaço não é uma zona de consultas aos autores dos artigos mas sim um local de discussão aberto a todos os utilizadores de 3tres3
Insere um novo comentário

Para fazeres comentários tens que ser utilizador registado da 3tres3 e fazer login