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Alimentação de porcas gestantes em grupo: boxes de acesso livre e sistemas de queda lenta

Nesta ocasião trataremos outros dois sistemas de bem-estar que também se estão a começar a implantar no nosso país. Comentaremos o sistema de boxes de acesso livre, muito utilizado e apresentamos o biofix


Nesta ocasião trataremos outros dois sistemas de bem-estar que também se estão a começar a implantar no nosso país. Comentaremos o sistema de boxes de acesso livre, muito utilizado e apreciado já noutros países Europeos, ainda que menos utilizado em Espanha principalmente pela superfície que necessita e a seguir falaremos do sistema Biofix ou de queda lenta, que também se usa em numerosas explorações pela sua simplicidade de implantação e maneio.

Boxes de acesso livre

Necessidades
- Sistema que permite um tamanho de grupo variável (entre 15-50 porcas).

- Se o tamanho da exploração nos permite fazer subgrupos mais pequenos sempre é melhor ter as porcas agrupadas por idades e por tamanhos (jovens, magras, gordas…).

- O sistema que utilizemos deve permitir um acesso fácil à box tanto por parte dos operários como por parte das porcas e evitar possíveis lesões em ambos casos.

- Deve permitir que as porcas entrem e saíam das boxes quando queiram além de que se deva poder bloquear o sistema para realizar qualquer tipo de tratamento aos animais (vacinações, ecógrafo…). Em estudos realizados em explorações temos comprovado que aproximadamente 75% das porcas usam as jaulas também para descansar.

- Necessitamos uma maior superfície de exploração relativamente a outros sistemas, cerca de 30-40% a mais.

- Existem diferentes desenhos de parques disponíveis:
· Parques em T, em L e em I
- E vários modelos de boxes:
· Basculantes- permitem poupar espaço

· Auto-blocantes
Pontos a favor
- Protege a porca enquanto come e portanto assegura uma ingestão mínima de ração.

- Os resultados produtivos obtidos até à data são favoráveis.

- Fácil maneio, portanto não necessitamos pessoal tão qualificado como no sistema de máquinas.

- O sistema permite bloquear as portas e portanto realizar os tratamentos necessários e uma fácil e melhor inspecção dos animais. Os sistemas actuais permitem bloquear as boxes de forma individual ou de todo o parque em conjunto.
Pontos contra
- O maior inconveniente é a superfície necessária para a sua instalação.

- Depende do sistema que utilizemos, a experiência mostrou-nos que o acesso à box por parte do operário para a realização de tratamentos pode ser complicado e além de que se podem produzir problemas nas porcas (feridas).

- Ainda que muitas vezes nos tenham dito o contrário, na realidade não temos um controlo individual do consumo por porca já que cada dia podem entrar numa box diferente e no dia-a-dia temos comprovado que é impossível regular todos os comedouros de forma diária ajustando a ração por porca antes de dar de comer.

Sistema de queda lenta

Necessidades
- Deve proporcionar a ração com a velocidade adequada para fixar a porca no seu sítio durante toda a refeição (mais ou menos uns 100gr/minuto). A velocidade de queda deve-se ajustar sempre com a premissa de:
· Velocidade de queda = Velocidade de ingestão
- Devemos dispor de um dosificador ou queda de ração por porca para evitar lutas e separadores curtos entre os mesmos com umas medidas mínimas de:
· 60 x 80 x 80 cm.
- Separação da zona de alimentação e da zona suja.

- Devemos fazer grupos homogéneos de porcas já que a regulação da alimentação se faz por grupo e não por porca.

- Necesidade de dispor de parques pequenos para alojar as porcas problemáticas: parques de enfermaria.

- Em geral o sistema está recomendado para grupos relativamente pequenos, entre 5 e 15 porcas, pelo que se adapta bem a explorações pequenas.
Pontos a favor
- Sistema simples de manejar e fácil de instalar, portanto não é necessário dispor de pessoal muito qualificado ainda que na nossa opinião haver pessoal qualificado será sempre um valor acrescentado.

- O investimento não é excessivamente alto e requer menos superfície que outros sistemas já que todo o parque se considera como superfície livre.

- Num tamanho de exploração relativamente grande este sistema permite-nos fazer subgrupos de porcas homogéneos em função da sua idade, tamanho, condição corporal…

- Em geral a prática está-nos a ensinar que se produzem poucas agressões na hora da refeição já que se a queda da ração estiver bem regulada as porcas ficam bastante fixas no seu comedouro.

- Se realizamos um bom maneio podemos fazer determinados tratamentos às porcas enquanto estão a comer de forma que nos resulte mais fácil.
Pontos contra
- Em alguns estudos observou-se uma pioria dos resultados produtivos sobretudo reflectidos num aumento das repetições e do número de abortos. Em qualquer caso também temos opiniões de explorações que estão a usar este sistema e que não notaram nenhuma alteração para pior nos seus resultados produtivos.

- É certo que as porcas estão menos protegidas que nas boxes na hora de comer e portanto isto pode dar lugar a um maior número de agressões.

- Nem todas as porcas têm a mesma velocidade de ingesta portanto em alguns casos uma queda demasiado lenta pode provocar problemas de stress em alguns animais.

Albert Finestra. Veterinário. Espanha; Javier Lorente Martín. Engenheiro Agrónomo. Espanha

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