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Quantificação do uso da vacinação como medida de controlo num surto de Febre Aftosa

Os surtos de Febre Aftosa (FA) podem conduzir a elevados custos económicos e perdas do censo de gado, mas o uso da vacinação tem sido um tema controverso.

26 Março 2017
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Os surtos de Febre Aftosa (FA) em países não endémicos podem conduzir a elevados custos económicos e perdas do censo de gado, mas o uso da vacinação tem sido um tema controverso, em parte devido à incerteza relativamente à vacinação de emergência contra a FA. O valor dos métodos de informação pode ser aplicado aos problemas de surtos de doenças como a Febre Aftosa, com a finalidade de investigar a melhoria da solução a partir da resolução de incertezas. Os investigadores neste estudo calcularam o valor esperado da resolução da incerteza sobre a eficácia da vacina, a imunidade após a vacinação e a capacidade de vacinação diária para um hipotético surto de Febre Aftosa no Reino Unido. Se fosse possível resolver toda a incerteza antes da introdução do controlo, poderia esperar-se uma poupança de 55 milhões de libras esterlinas no custo dos surtos, 221.900 animais abatidos a menos e 4,3 dias menos de duração do surto. Foi encontrado que todas as estratégias de vacinação eram preferíveis a unicamente uma estratégia de abate. No entanto, foi observado que o raio de vacinação óptimo dependia em grande medida da capacidade de vacinação para todos os objectivos de gestão. Foi calculado que resolvendo a incerteza que rodeia a capacidade de vacinação poderiam ser devolvidos mais de 85% das poupanças anteriores, independentemente do objectivo da gestão. É possível resolver a incerteza sobre a capacidade de vacinação diária antes de um surto, e isto permitirá aos responsáveis da tomada de decisões seleccionar a acção de controlo óptima através de uma cuidadosa planificação de contingências.

Resumo do autor



Em 2001 o Reino Unido sofreu um surto de Febre Aftosa que custou cerca de 8 mil milhões de libras esterlinas e o abate de aproximadamente 7 milhões de cabeças de gado. Os principais métodos utilizados para controlar a epidemia foram a proibição de movimentos e o abate do gado infectado ou de alto risco. Havia disponibilidade de vacinas contra a Febre Aftosa mas não foram utilizadas devido às preocupações sobre a sua eficácia e se o seu uso afectaria o estado de livre da doença sem vacinação do Reino Unido. Utilizando o modelo de Warwick FMD,  foram realizadas simulações de surtos de Febre Aftosa no Reino Unido incluindo a vacinação em anel e como um método de controlo do surto com níveis variáveis de eficácia da vacina, tempo entre a vacinação e o conferir de imunidade e capacidade de vacinação. Foi aplicado o valor da análise da informação a estes resultados e foi encontrado que o factor mais importante na determinação da estratégia de vacinação óptima era o conhecimento da capacidade de vacinação. Pelo contrário, a eficácia da vacina e o periodo compreendido entre a vacinação e a imunidade eram relativamente pouco importantes da perspectiva da tomada de decisões. Este trabalho pode servir de base para a planificação de planos de contingência que conduzam a poupança nos custos, em caso de um futuro surto de Febre Aftosa e também poderá ser aplicado a outras doenças infecciosas.

Bradbury NV, Probert WJM, Shea K, Runge MC, Fonnesbeck CJ, Keeling MJ, et al. (2017) Quantifying the Value of Perfect Information in Emergency Vaccination Campaigns. PLoS Comput Biol 13(2): e1005318. doi:10.1371/journal.pcbi.1005318

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