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Com este estudo pretendeu-se averiguar se a recolha de fluído oral de porcas alojadas individualmente em explorações comerciais pode facilitar a vigilância de doenças infecciosas em explorações de reprodutoras e melhorar o bem-estar animal e dos trabalhadores ao reduzir a necessidade de apanhar as porcas para a recolha de amostras. Não obstante que os autores saibam não haver informação publicada sobre a recolha de amostras de fluido oral de porcas alojadas individualmente e, do mesmo modo, haver pouca informação sobre a repetibilidade dos resultados do teste em amostras sucessivas de fluidos orais recolhidas dos mesmos indivíduos em explorações comerciais. Portanto, o propósito deste estudo não foi só o de avaliar o conceito de que a recolha de fluidos orais em explorações de reprodutoras é plausível, mas também proporcionar parâmetros básicos de recolha em relação com o número de partos, o efeito da experiência prévia e a repetibilidade do diagnóstico.
No estudo participaram 513 porcas gestantes, de diferente paridade, alojadas individualmente em duas explorações comerciais separadas. Três parâmetros foram de interesse: a relação entre a idade da porca (número de partos) e a recolha com êxito de fluído oral, o efeito da re-amostragem ("experiência") na recolha e repetibilidade dos resultados do teste de diagnóstico em duas amostras de fluído oral recolhidas de maneira sucessiva do mesmo animal. O estudo foi realizado tentando recolher o fluído oral em 2 dias sucessivos nas mesmas condições, ou seja, as cordas foram colocadas às 7:00 da manhã aproximadamente, antes de comer. Os fluídos orais foram recolhidos ao pendurar uma corda de 100% algodão de 1,59 cm de diâmetro na parte dianteira de cada jaula durante 30-45 minutos. Foi considerada uma recolha com êxito aquela que tivesse um volume de ≥ 1,0 ml. As amostras seleccionadas foram analisadas para PRRSV mediante RT-PCR e para anticorpos anti-PRRSV.
No dia 1 foram recolhidos fluídos orais de 119 das 513 porcas alojadas individualmente (23,2%). No dia 2, as amostras foram obtidas de 245 porcas das 513 (47,8%). Apenas quatro animais dos amostrados com êxito no dia 1 não proporcionaram uma amostra no dia 2. O número de partos foi associado com a recolha de fluídos orais, observando-se um menor êxito de recolha em porcas com maior número de partos. O número total de animais dos que foi recolhida uma amostra de fluído oral foi significativamente maior no dia 2 que no dia 1. Este incremento na resposta foi observado em todos os números de parto.
Conclusões
• A recolha de fluídos orais é mais provável que tenha êxito nas porcas jovens.
• Independentemente da idade, a melhoria do êxito na recolhda durante a re-amostragem sugere que as porcas poderiam ser treinadas para a recolha de fluídos orais, por exemplo, durante a quarentena.
• A forte correlação (r = 0.82) observada entre os resultados do teste de anticorpos relativamente à PRRS em fluídos orais em diferentes amostras do mesmo animal reforça a validade da análise de fluídos orais.
• O uso de fluídos orais para a monitorização de PRRSV nas explorações de reprodutoras é plausível e pode melhorar o nível actual de vigilância na maioria das explorações de reprodutoras, facilitando a recolha de amostras dos animais e reduzindo a necessidade de recolher amostras de sangue.
Pepin B, Liu F, Main R, et al. Collection of oral fluid from individually housed sows. J Swine Health Prod. 2015;23(1):35–37.
