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O nível de fibra da dieta e a condição sanitária podem comprometer a saúde do leitão ao desmame

A adição de fibra na dieta em ambientes sanitariamente pobres pode ser um factor de risco no leitão desmamado.

26 Fevereiro 2013
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Existem resultados contraditórios no que respeita ao crescimento e saúde de leitões desmamados alimentados com dietas ricas em fibra e a resposta pode variar em função das condições sanitárias. O presente estudo foi realizado para medir o crescimento, saúde e microbiota fecal em leitões desmamados alimentados com dietas baixas (BF) ou altas em fibra (AF) em duas condições sanitárias distintas. Quarenta e oito leitões desmamados com 28 dias de vida foram alojados individualmente em "boas" (limpas) ou "más" (sujas) condições sanitárias. Durante duas fases consecutivas os leitões foram alimentados com 2 dietas com um conteúdo baixo (controle) ou alto de fibra, 121 ou 169g/kg de fibra dietética total (FDT) na fase 1 e 146 ou 217 g/kg na fase 2, as quais foram admistradas durante 15 e 20 dias respectivamente. Deste protocolo resultaram 4 tratamentos experimentais na fase 1 segundo um desenho factorial 2 x 2 (2 condições sanitárias x 2 dietas) e 8 tratamentos experimentais na fase 2 segundo um desenho factorial 2x2x2 ( 2 condições sanitárias x 2 dietas na fase 1 x 2 dietas na fase 2).

As más condições sanitárias provocaram uma menor eficiência na conversão (0,617 vs. 0,680 nas más e boas condições sanitárias respectivamente; P=0,01) durante todo o periodo experimental. O número de porcos com diarreia na fase 1 teve tendência a ser maior nas más condições sanitárias com a dieta AF que os alimentados com a dieta controle (7 vs. 3 porcos, P = 0,07). O género Enterococcus foi identificado em quantidade nas fezes destes leitões com diarreia. Na 5ª semana após o desmame, comparando com as boas condições sanitárias, a microbiota fecal dos porcos alojados em más condições caracterizou-se por apresentar mais Lactobacillus (9,24 vs 8,34 log UFC/g, P<0,001), mais Enterobacteria (6,69 vs. 5,58 log UFC/g, P< 0,001), e menos bactérias sulfito anaeróbicas (3,72 vs. 5,87 log UFC/g; P< 0,001). As fezes dos porcos mantidos em más condições sanitárias apresentaram mais ácidos gordos voláteis e proporcionalmente mais butirato (9,7 vs. 5,7% nas más e boas condições sanitárias, respectivamente, independentemente do tratamento dietético, P< 0,001). Na semana 5 pós-desmame, as fezes dos porcos alimentados com a dieta AF durante a fase II continham menos Enterococcus que as fezes dos porcos control (4,06 vs. 4,56 log UFC/g; P = 0,05) e mais ácidos gordos volátiles totais com uma menor proporção de ácidos gordos ramificados (5,0 vs. 6,1%; P = 0,006).

Como conclusão a alimentação dos porcos com uma dieta alta em fibra depois do desmame é provavelmente um factor de risco para um menor ganho de peso, especialmente em más condições sanitárias.

L Montagne, N Le Floc'h, M Arturo-Schaan, R Foret, MC Urdaci and M Le Gall. 2012. Comparative effects of level of dietary fiber and sanitary conditions on the growth and health of weanling pig. Journal of Animal Science, 90(8):2556-69. doi: 10.2527/jas.2011-4160.

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