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Efeito da suplementação com L-carnitina a leitões lactantes sobre a qualidade da carcaça

A suplementação pós-desmame com L-carnitina não aumenta o número de fibras musculares em leitões com baixo peso.

17 Outubro 2013
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Os leitões de baixo peso à nascença têm um menor número de fibras musculares esqueléticas que os seus irmãos mais pesados, tanto ao nascer como ao longo da sua vida, o que se associa com alterações no crescimento e pior carcaça e qualidade da carne ao abate. Ficou demonstrado que os suplementos de carnitina aos leitões durante a lactação resultam num aumento da quantidade total de fibras musculares ao desmame em leitões de baixo peso. Este estudo investigou se este efeito se mantem até à idade de abate e se isto atenua as consequências negativas do baixo peso ao nascimento na carcaça e qualidade da carne. Utilizando um desenho em parcelas divididas (split-plot) com a ninhada como bloco, o sexo como efeito principal e o tratamento como efeito secundário, foram investigados os efeitos de uma suplementação pós-natal precoce com L-carnitina em leitões machos castrados e fêmeas de baixo peso ao nascimento num total de 56 leitões Landrace alemães de 14 ninhadas. Desde os 7 aos 27 dias de idade os leitões foram suplementados por via oral uma vez por dia com 400 mg de L-carnitina dissolvida em 1 ml de água ou receberam um volume igual de água sem carnitina. Desde o desmame (dia 28) até ao abate (166 dias de idade) todos os porcos foram alimentados com dietas standart.

Ao desmame, a suplementação com carnitina permitiu alcançar uma concentração duas vezes superior de carnitina livre (P<0,001) e uma menor concentração de ácidos gordos não esterificados (P<0,05) no plasma sanguíneo indicando que a carnitina foi convertida em bio-disponível e incrementou a utilização de ácidos gordos durante o periodo de suplementação. O crescimento dos animais não foi influenciado. O peso da carcaça, medidas de rendimento de carne e deposição de gordura, assim como a composição corporal não foi diferente entre os tratamentos. Não foram observadas diferenças entre o controlo e os porcos tratados com carnitina, ao abate, no número total de fibras e na área de secção transversal das fibras mas no músculo semitendinoso (ST) sim. O grupo suplementado com a carnitina tendeu a mostrar uma menor proporção de fibras oxidativas de contracção lenta (P=0,08), uma maior proporção de fibras glicolíticas de contracção rápida (P=0,11) e um aumento da actividade lactato deshidrogenase específica (P=0,09) no ST indicando um metabolismo muscular mais glicolítico. Comparado com os controlos, foi observado um valor mais bajo de pH 24 (P=0,05) no músculo ST de porcos suplementados com carnitina que - apenas nos castrados- foi associado a um aumento da perda por gotejamento (P<0,01). Os parâmetros de qualidade da carne no músculo longisimus não foram influenciados pelo tratamento.

Em conclusão, a hipótese de que a suplementação pós-natal precoce com carnitina para leitões de baixo peso ao nascimento aumenta permanentemente o número de miofibras e melhora a qualidade da carcaça não foi confirmada nesta experiência.

D. Lösel and C. Rehfeldt, 2013. Effects of L-carnitine supplementation to suckling piglets on carcass and meat quality at market age. Animal, 1-8 doi:10.1017/S1751731113000268

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