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Inclusão de casca de soja em dietas para porcos de crescimento-acabamento

A alta inclusão de casca de soja nas dietas para porcos não afecta os rendimentos produtivos na fase de acabamento.

12 Maio 2016
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A alta concentração de polissacáridos não amiláceos na casca de soja limita a capacidade dos porcos para digerir este alimento e, portanto, piora o seu valor como ingrediente. As recomendações actuais sugerem limitar a inclusão de casca de soja em dietas para porcos de acabamento a 10%. Por outro lado, existem enzimas exógenas com actividade protease e carbohidrase que poderiam permitir a utilização de ditos polissacáridos não amiláceos.

Foram realizados 3 ensaios com o objectivo de estudar os efeitos individuais e combinados de alimentar com casca de soja e adicionar enzimas exógenas durante o periodo final da engorda. Em cada ensaio, os porcos (73 ± 3 kg, peso inicial) foram colocados em currais de 10 ou 12 animais. Foi distribuído aleatoriamente um dos quatro tratamentos dietéticos por curral num desenho factorial 2 x 2 com dois níveis de casca de soja (0 ou 20%) em combinação com dois níveis de carbohidrase exógena e protease enzimática (0 ou 1.000 ppm). Os porcos foram alimentados ad libitum até que 75% tivesse superado um peso de mercado de 115 kg, momento em que acabou o ensaio. A cada 14 dias, os porcos, a ração e os comedouros foram pesados para determinar o ganho e o consumo médio diário (GMD e CMD) e a eficiência (G:F).

Os porcos de crescimento (70-90 kg) alimentados com 20% de casca de soja tiveram um crescimento 12% mais lento (p = 0,05) que os porcos alimentados com a dieta controlo. Os porcos de crescimento suplementados com 1.000 ppm de enzimas aumentaram de peso 17% mais rápido (P = 0,03) e necessitaram 18% menos de ração por unidade de aumento em comparação com os porcos alimentados com dietas que não continham a enzima (P = 0,01). Para os porcos de acabamento (90-120 kg), a taxa de crescimento, o consumo médio diário e a eficiência alimentar não foram diferentes (P ≥ 0,10) em função do tipo de dieta ou suplemento enzimático. Por outro lado, não houve interacção entre os tratamentos de casca de soja e o uso de enzimas durante as fases de engorda e acabamento. Em geral, os porcos de crescimento e de acabamento cresceram 7% mais lentamente (P = 0,01) e foram 5% menos eficientes (P = 0,04) quando alimentados com dietas que continham 20% de casca de soja. Os porcos suplementados com enzima cresceram 7% mais rápido (P = 0,03) que os que não foram fornecidas enzimas exógenas mas sem interacção dos efeitos.

Os resultados indicam que inclusões de 20% de casca de soja podem ser utilizadas no periodo de finalização acima de 90 kg de peso vivo sem afectar negativamente o crescimento ou o rendimento.

Libby, J., Schertz, Gary A., Apgar, Leslie A. Lekatz, Lammers, Peter J. (2016). Effect of feeding grower-finisher pig diets containing 20% soybean hulls with or without enzyme supplementation. Midwest Meeting ADSA-ASAS.

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